O número de casos do Ébola está a crescer na Serra Leoa devido à falta de centros de tratamento no país, enquanto a escassez de alimentos e produtos básicos força algumas pessoas a deixar áreas de isolamento, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira.
A Missão de Resposta de Emergência ao Ebola da ONU (Unmeer, na sigla em inglês) disse em seu relatório semanal que 1.062 pessoas morreram em Serra Leoa em decorrência do vírus, e que o surto está particularmente virulento nas áreas a oeste da capital Freetown, na costa do país da África Ocidental.
A Serra Leoa está a tornar-se no ponto principal de preocupação no pior surto do Ébola já registado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse na quarta-feira que 4.818 pessoas já morreram devido à doença, e acrescentou que o número de casos ainda está em alta em Serra Leoa, apesar de ter se estabilizado em Guiné-Conacri e de estar em queda na Libéria.
A Serra Leoa tem 288 leitos divididos em quatro centros para tratamento do Ébola, e tinha 196 pessoas sendo cuidadas até 2 de Novembro, disse a Unmeer. No entanto, a missão da ONU disse suspeitar que cerca de 50 por cento dos casos do Ébola não são registados na Serra Leoa.
Segundo a Unmeer, são necessários 1.864 leitos para Dezembro. Dez novos centros de tratamento estão planeados, com capacidade para 1.133 leitos. A missão da ONU registou também uma alta na incidência de famílias que abandonam a quarentena devido à falta de comida e de itens básicos, mas não divulgou mais detalhes.