O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldimiro Baloi, defendeu, esta quinta-feira (27), em Maputo, a necessidade de se investir na manutenção de infra-estruturas e não somente na sua construção, de modo a evitar que no futuro haja mais investimentos em programas de reabilitação, o que, regra geral, “tem causado enormes desafios para muitos países”.
O governante moçambicano falava durante o encerramento da conferência regional da Comunidade para Desenvolvimento da África Austral (SADC) que visava a mobilização de investimentos para as infra-estruturas nesta região.
Na altura, Baloi desse que a realização da conferência não pode ser entendida como um fim em si, mas uma importante etapa que será concluído com a implementação plena do Plano Director de Infra-estruturas. O plano de edificação de infra-estruturas na SADC a ser implementado em 15 anos, segmentados em três quinquénios, terá um custo total de 400 biliões de dólares, sendo que nos primeiros cinco anos serão investidos 64 biliões de dólares.
No encerramento daquele encontro que contou com a presença de diferentes intervenientes, entre eles o sector público, privado e outras entidades interessadas no empreendimento, Baloi disse sentir que foi dado um passo decisivo e firme na implementação da agenda de investimento em infra-estruturas da SADC.
As contribuições colhidas durante a conferência “vão enriquecer os programas, planos e projectos da SADC e transformá-los numa realidade que vai insuflar um maior dinamismo no processo de integração económica na Região da SADC.” “Apraz-nos constatar que saímos com a sensação de estarmos no caminho certo e de termos feito progressos,” afirmou o ministro ajuntando que os resultados da conferência “serão julgados pelo consequente incremento, de uma forma sustentável e inovadora, dos investimentos orientados para o financiamento das infra-estruturas nos sectores chave da economia regional.”
Energia no topo das prioridades
Das seis áreas constantes do plano director da SADC sobre a implantação de infra-estruturas, o sector de energia constitui a maior prioridade.
Na sua intervenção, Baloi explicou que este facto deve-se a crescente demanda de energia eléctrica na região. Indicou ainda que este sector tem registado um incremento de cinco porcento anualmente, situação motivada pala descoberta de reservas de recursos naturais e consequente necessidade de sua prospecção e exploração.
A segunda maior prioridade é o sector de transporte dada a sua relevância no incremento da mobilidade de pessoas e de bens na região da SADC.
Refira-se que o referido plano abrange as áreas de energia, transportes, meteorologia, tecnologias de informação e comunicação, turismo e água. Baloi reconhece, entretanto, que o financiamento destes projectos constitui um aspecto crítico deste empreendimento.
Governos devem criar ambientes favoráveis ao negócio
Baloi considerou ainda crítico o estabelecimento de parcerias público-privadas, não obstante aos progressos que, segundo afirma, foram registados na criação de condições para maior participação do sector privado nos países da região.
Assim, no seu entender, a maior responsabilidade dos governos está na criação de um ambiente favorável ao negócio, garantir boas condições para o investimento.
“O estabelecimento de parcerias público-privadas afigura-se crítico neste contexto, assim como a abertura do espaço que permita a criação de redes de consórcios onde o sector privado desempenhe um papel cada vez maior,” vincou Baloi.
Entretanto, o governante moçambicano diz se convicto de que as condições estão criadas para a adopção de uma estratégia que proporcione os meios e os caminhos para o incremento da sua contribuição no investimento em infra-estruturas.