Há vezes que as noites de Maputo são pouco sedutoras para as pessoas que fazem desta um espaço cosmopolita. Para contrapor esta tendência – quase a desaparecer – a conceituada orquestra moçambicana TP50 exibe-se, nos dias dois e três de Dezembro, levando em bagagem, a Bossa Nova, um sublime género de música brasileira. “A Palavra Cantada: música e poesia de Chico Buarque de Holanda” é como se chama o show.
Desde quando a TP50, uma orquestra musical que mescla cantores curiosos e profissionais, se formou em 2007 tendo como finalidade explorar a musicalidade, a poesia, a dança da mente, as nuances contidas na arte e vida que é a Bossa Nova, muitas transformações se operam não somente na banda como também nos amantes do referido género musical.
A principal transformação operada foi a destruição da grande lacuna que existia à ao período anterior a sua formação, caracterizada por falta de concertos de Bossa Nova – sérios – enquanto cantores brasileiros que exploram o estilo não se deslocassem a Maputo.
Alguns anos depois, a orquestra sentiu-se robusta. Eis que agregou novas disciplinas artísticas no seu repertório de acção e de representação em palco para enriquecer o seu conceito de actividade artística e cultural. Trata-se, da dança, da fotografia e da pintura.
No ano passado a banda celebrou o terceiro aniversário e fez um concerto memorável, uma verdadeira festa de arte. No entanto, ainda que tenha realizado mais concertos em meados deste ano, o grupo compreende que muita nostalgia se produziu nos apreciadores das suas interpretações musicais. É preciso esclarecer que o forte da banda é re/interpretar composições alheias neste estilo de música.
Assim, enquanto 2011 não termina, a TP50 irá associar nos dias dois e três de Dezembro um total de 26 artistas, 16 dos quais são músicos, quatro bailarinos, sendo os demais actores e declamadores. O espectáculo dedicado essencialmente ao guru da música brasileira, Chico Buarque, irá mesclar música, pequenas representações teatrais, recital de poesia, criando assim, um pretexto para matar a saudade dos amantes da Bossa Nova.
No entanto, a surpresas do evento não se esgotam por aí. É que além de show ao vivo poder ser objecto de documentação cinematográfica, contará ainda com a participação dos mais conceituados e multi-facetados artistas moçambicanos. Refere-se a Azagaia, Calane da Silva, Hortêncio Langa, Lucrécia Paco, Xixel, João Fidelis, incluindo a brasileira Morena Rona.
Recorde-se que “A Palavra Cantada: música e poesia de Chico Buarque de Holanda” que terá lugar no Centro Cultural Franco-Moçambicano é uma réplica. Afinal, já havia sido realizado no mesmo palco, bem como no Teatro Avenida, no passado.
No entanto, enquanto Dezembro não chega, a TP50 realiza, nas instalações do Franco-Moçambicano os últimos ensaios preparatórios para garantir mais um concerto memorável.
Uma nota do grupo em poder do @Verdade marca que nos últimos anos a evolução da banda é notória. A consequência imediata é que ta “crescimento e responsabilidade exige inevitavelmente uma mais aprimorada produção que implica necessariamente a elevação dos custos”.
Por isso, neste momento peculiar do percurso, torna-se indispensável a gravação de um DVD dos seus concertos. “A Palavra Cantada – Musica e Poesia de Chico Buarque” é o show escolhido para o efeito.
Mais importante ainda, além de motivar e expandir o prazer pela música e arte, a TP50 toma como objectivo primordial realçar e promover as identidades culturais dos povos moçambicano e brasileiro que se irão elencar no palco pela Bossa Nova.