Dois em cada três jovens com VIH/SIDA em África são mulheres, revelou, Terça-feira, um estudo do UNICEF, que analisa as disparidades de género na saúde, educação, nutrição e protecção em países em desenvolvimento.
Segundo o estudo Boys and Girls in the Life Cycle (Rapazes e Raparigas no Ciclo de Vida), as mulheres jovens na África Subsariana têm duas vezes mais probabilidades de serem infectadas pelo vírus da SIDA do que os homens na mesma faixa etária, que estão melhor informados sobre a doença, o que aumenta a possibilidade de se protegerem com o preservativo.
Citando estimativas de 2009, o relatório assinala que, dos cinco milhões de jovens com VIH/SIDA em África, dois em cada três infectados eram mulheres.
Casam cedo e não se importam em “levar porrada”
O relatório adianta que na África Subsariana as raparigas, que casam ainda menores, afirmam com mais frequência que os maridos têm razão para bater nelas em determinadas circunstâncias.
Nesta região, a probabilidade de as mulheres jovens serem alfabetizadas, verem televisão ou ouvirem rádio, lerem um jornal ou uma revista é menor do que a dos homens com a mesma idade.
O UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) conclui que as diferenças entre mulheres e homens no acesso à educação, saúde, nutrição e protecção aumentam à medida que as crianças se aproximam da adolescência, com prejuízo para as raparigas.
No Sul da Ásia, por exemplo, precisa uma nota do UNICEF, que cita o relatório, são mais os rapazes que frequentam o ensino secundário, ao passo que na América Latina e nas Caraíbas são as raparigas.