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Dois jornalistas são mortos na Síria

Dois jornalistas são mortos na Síria

Dois jornalistas foram mortos na cidade sitiada de Homs, na Síria, quando bombas atingiram as casas em que estavam, na quarta-feira, afirmaram ativistas de oposição e testemunhas. Os repórteres eram Marie Colvin, jornalista norte-americana que trabalhava para o jornal britânico Sunday Times, e o fotógrafo francês Remi Ochlik.

Uma testemunha disse à Reuters por telefone que bombas atingiram a casa onde eles estavam e um foguete os atingiu enquanto tentavam escapar.

Há 10 meses, a Síria é palco de violentos confrontos entre forças de segurança e manifestantes pró-democracia, que exigem a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad, e o fim de seu regime.

Guerreira de outra época

Marie Colvin pertencia a um tipo de jornalistas que está em vias de extinção: os enviados especiais, pessoas que viajam para as zonas de guerra, para os locais perigosos, que arriscam a saúde e a vida para contar o que acontece. Colvin morreu enquanto o mundo civilizado discute as vírgulas e os adjectivos de um comunicado de condenação ao regime de Assad.

Estrela do Sunday Times ela perdeu o olho esquerdo há 11 anos no Sri Lanka, foi uma das primeiras jornalistas ocidentais a entrar na zona controlada pela guerrilha Tamil. Na altura em que foi ferida, Rupert Murdoch, proprietário do semanário, enviou o seu jatinho pessoal para repatriar a Londres a sua jornalista.

Um jovem que retratou a Primavera Árabe

Haiti, Congo, Tunísia, Egito, Líbia e agora Síria, onde encontrou a morte esta manhã por uma das muitas bombas que o regime tirano de Bashar al-Assad massacra a cidade de Homs. Este foi o breve, mas glorioso, trajecto profissional de Remi Ochlik criado durante o calor da Primavera Árabe e que com os seus 29 anos de idade havia conquistado numerosos prémios, entre eles o prestigiado World Press Photo, pela sua fotografia “A batalha da Líbia”.

Em 2001, com apenas 21 anos, deu-se a conhecer ao mundo com uma grande reportagem sobre o Haití que lhe valeu o prémio François-Chalais e a primeira exposição. Depois cobriu a guerra na República Democrática do Congo, em 2008, e voltou ao Haití durante a grande epidemia de cólera e a eleição presidencial de 2010.

Depois cobriu as revoltas nos países árabes, sempre com a motivação de estar onde a história tomava um novo rumo.

Ochlik é o segundo jornalista francês morto na Síria., depois do operador de camara de televisão Gilles Jacquier, que foi morreu debaixo de fogo em Homs, a 11 de Janeiro deste ano.

 

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