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Doentes em estado grave pagam para serem transferidos em Maputo

Alguns utentes do Hospital Geral da Polana Caniço, em Maputo, andam agastados com a postura de alguns funcionários daquela unidade sanitária por alegadamente lhes exigirem dinheiro para que em casos graves sejam transferidos para o Hospital Central de Maputo.

Segundo apurou o Correio da manhã no local, o esquema começa do guarda, que desempenha a função de intermediário e/ou facilitador do negócio (exige 100 meticais), depois segue-se o pagamento do “refresco” ao enfermeiro em exercício no Banco do Socorros e, por fim, o motorista da ambulância, por sinal a única viatura em pleno funcionamento naquele hospital.

Para além dessas ilicitudes, o Hospital Geral da Polana Caniço regista escassez de medicamentos na sua farmácia e mau atendimento. Mas há também alegações segundo as quais existem casos em que alguns profissionais de saúde chegam a passar receita médica sem antes fazerem análises ao doente, para além de péssimas condições de higiene naquela unidade sanitária.

MISAU investiga

Confrontado com esses atropelos à ética profissional por parte dos técnicos de saúde do Hospital Geral da Polana Caniço, Francisco Mbofana, director nacional de Saúde Pública do Ministério da Saúde (MISAU) reconheceu algumas irregularidades denunciadas, acrescentando que a sua instituição vai investigar ao pormenor a situação.

Em relação à falta de medicamentos na farmácia daquela unidade sanitária da Polana Caniço, Mbofana justifica que a situação “é passageira” porque o hospital está em revitalização, daí a limitação de alguns serviços.

Contudo, o director nacional de Saúde Pública do MISAU considerou de “anormal e inaceitável” o procedimento de passar receita médica ao doente sem antes realizar consultas médicas e/ou análises laboratoriais, sublinhando que é “muito arriscado”.

Refira-se que o ex-Centro de Saúde da Polana Caniço (agora Hospital Geral desde 2014) passou à gestão do Estado moçambicano em 2009, sendo que antes era gerido pela Cooperação Espanhola.

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