James Bond completa, esta Sexta-feira (5), meio século de carreira cinematográfica, data celebrada com um documentário e com o lançamento de uma nova canção-tema, cantada por Adele.
A pré-estreia de “O Satânico Dr. No” aconteceu em Londres a 5 de Outubro de 1962, com o escocês Sean Connery a interpretar o elegante agente secreto 007. Dois anos depois, quando “007 Contra Goldfinger” chegou às telas, Bond já era um fenómeno cultural de massas quase tão importante quanto os Beatles.
Para milhões de pessoas dentro e fora do Reino Unido, Bond tornou-se a encarnação da coragem e da elegância, causando inveja por suas roupas, seus carros e suas mulheres. O bordão “agitado, não mexido” popularizou-se.
Mas nem todos amam Bond. Os seus filmes muitas vezes foram acusados de serem machistas, por causa do interminável desfile de beldades seminuas passando pela cama de Bond. Vários episódios foram detonados pela crítica.
O duradouro apelo do personagem, no entanto, ficou claro meses atrás, quando Daniel Craig, encarnando Bond, contracenou com a rainha Elizabeth 2ª num divertido vídeo apresentado durante a cerimónia de abertura da Olimpíada de Londres.
Nas últimas cinco décadas, a produtora EON, de Albert “Cubby” Broccoli e Harry Saltzman, fez 22 filmes do agente secreto, que facturaram um total de 5 bilhões de dólares nas bilheterias mundiais, aproximadamente.
O 23º filme da série, “007- Operação Skyfall”, terá pré-estreia mundial, este mês, em Londres, e a canção-tema, interpretada por Adele, começou a ser tocada, esta Sexta-feira, dividindo os críticos.
Também, Sexta-feira, está a ser lançado “Everything or Nothing”, documentário de Stevan Riley que mostra a trajetória de Bond passando por falências de estúdios, confrontos de personalidades e o fim da Guerra Fria, facto histórico que poderia colocar a série em apuros.
Mas Bond conseguiu adaptar-se à nova ordem mundial, ganhou uma chefe mulher, a espiã M (Judi Dench), e tornou-se um personagem mais sério e duro, interpretado desde 2006 por Daniel Craig. Ele é o sexto actor a viver o 007 na série.
Questionado sobre a longevidade do personagem, o coprodutor Michael G. Wilson, enteado de Broccoli, disse que isso deve-se à riqueza do material-base, os romances escritos por Ian Fleming.
“Quando os transformamos em filmes, diferentes actores poderiam assumir diferentes aspectos do personagem. E há também, realmente, a nossa grande base de fãs… que continua a voltar. É realmente o público que faz isso, mais do que qualquer outra coisa.”
Também como parte do “Dia Global James Bond”, a casa de leilões londrina Christie’s prepara a venda de objectos como o Aston Martin usado por Bond no filme “Quantum of Solace”.
E, naturalmente, há iniciativas de marketing, como o lançamento de uma caixa comemorativa em blu-ray, e de um perfume masculino chamado “007”.