Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Doadores externos atrasam integração económica da SADC

Os atrasos que se registam no processo de integração regional da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) devem-se, em parte, ao facto de o processo estar dependente de fundos externos desembolsados por doadores em apoio ao desenvolvimento de alguns dos 14 países membros, segundo Luís Eduardo Sitoe, antigo director nacional do Comércio e ex-chefe da Secção Comercial da Embaixada de Moçambique nos Estados Unidos da América (EUA).

O atraso deve-se também ao “optimismo excessivo dos planificadores” registado no início do processo e ao facto de o secretariado executivo da SADC não ter poderes para “induzir comportamentos dos países membros” e por “estar ocupado” com muitos assuntos que não têm nada a ver com a integração económica, de acordo ainda com aquele economista moçambicano.

Outro problema apresentado por Luís Sitoe está relacionado com o facto de quase todos os 14 países membros da SADC pertencerem a várias organizações de integração regional económica da África, “o que não permite aos países se concentrarem na agenda de uma só região”, realçou a fonte.

Apenas Angola e Moçambique são unicamente membros da SADC, já que a Tanzânia também está na Organização Económica da África Central (EAC) e na COMESA (Mercado Comum da África Oriental e Austral) juntamente com Malaui, Madagáscar, Zimbabué, Zâmbia e Maurícias, enquanto o Congo, Maurícias, Madagáscar, Malaui, Zâmbia e Zimbabué, outros países membros da SADC, estão, simultaneamente, numa outra organização económica denominada EPA.

Cronologia da integração

No entender ainda daquele economista que representou Moçambique em todos os fóruns antecedentes da criação da SADC, em Windhoek, Namíbia, em 1992, somente está formalmente criado o Mercado de Comércio Livre, em 2008, “mas o processo está atrasado, uma vez que alguns países pediram derrogações dos prazos em razão das dificuldades financeiras e fiscais como são os casos do Malaui e Zimbabué”.

Para o presente ano de 2012, o programa deste processo de integração regional da África Austral indica o desenvolvimento da actividade de controlo da inflação aos níveis de 5% e 3%, em 2018, enquanto, igualmente, em 2008, deveria ter sido realizada a actividade de controlar o rácio do défice fiscal em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) a níveis de 5%, em 2008, e 3% com variação de mais ou menos (+/-) 1%, em 2012.

Os chefes de Estado e de Governo dos 14 países membros da SADC estabeleceram também o ano de 2016 como da criação da União Monetária da SADC e de lançamento da moeda única da SADC, em 2018, “mas o balanço de implementação deste programa é sombrio e parece que vai ser assim por mais algum tempo”, realçou o antigo chefe da Secção Comercial da Embaixada de Moçambique nos Estados Unidos da América (EUA) e agora vinculado na Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID), no Maputo.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts