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Doadores abandonam FONGZA

Há bastante tempo que o primeiro fórum da sociedade civil neste país, está mergulhado numa crise sem precedentes. O FONGZA (Fórum das Organizações não Governamentais da Zambézia), foi outrora aquele que deu ensinamentos de boa gestão da coisa pública e campanhas de advocacia, tudo para o bem da sociedade civil. Mas de lá para cá e com as sucessivas mudanças dos órgãos de direcção, o FONGZA, foi decaindo e muitos parceiros foram fechando as suas torneiras de dinheiro.

E não só, se por um lado são os doadores que fechavam as torneiras, por outro, são os próprios associados que também não veem com bons olhos a maneira como são geridas as suas cotas e jóias. Houve eleições por diversas vezes para eleger pessoas que pudessem tirar o FONGZA da crise em que está mergulhada. Há um ano atrás, foram eleitos órgãos sociais que foram incumbidas a missão de desenhar estratégias que sejam viáveis para que os parceiros possam continuar a dar dinheiro ao fórum.

Doze meses depois, estes órgãos eleitos, são acusado pelo Conselho Fiscal como sendo a principal pedra no sapato do FONGZA. Um documento em nossa posse indica que depois de serem eleitos, os órgãos sociais nem sequer convocaram uma Assembleia Geral (AG), decorridos doze meses. E quando o Conselho Fiscal necessita de alguma informação importante a resposta tem sido “eu não sei nada”- vê-se no documento que temos vindo a citar.

DÍVIDAS AVULTADAS

No mesmo documento pode-se ver que o FONGZA deve mais de 800 mil meticais aos trabalhadores, arrendamento dos escritórios e outros serviços. Só com os trabalhadores redimensionados, a divida está situada em 511.770 mil meticais, enquanto que para com os trabalhadores no activo, os valores em divida rondam em 291.210 mil meticais. No que tange a renda dos escritórios, entre as avenidas 7 de Setembro e Julius Nherere, o FONGZA deve ao proprietário um total de 144.500 meticais.

DOADOREM SUMIRAM SEM DEIXAR RASTO

Desde Janeiro deste ano a esta parte, o FONGZA não tem nenhum doador que possa financiar as actividades daquele fórum. Com o fim dos fundos da DIAKONIA, tudo reduziu-se a zero. Nenhum doador quer dar mão ao fórum olhando o cenário actual, quase todos somem sem deixarem rastos.

Em Maio deste ano, teve lugar num dos locais de lazer desta província, uma reunião das Redes Temáticas com o objectivo de discutir e aprofundar as recomendações da reunião havida em Abril deste ano, que decorreu em Quelimane, cujo objectivo deste era identificar as forças, fraquezas e oportunidades institucionais do FONGZA.

No fim da reunião, portanto, esta de Maio, os participantes consensualizaram que é preciso encontrar alternativas para que o FONGZA saia desta crise institucional em que está mergulhada. Mesmo assim, ao que tudo indica, parece que as recomendações deixadas na reunião de Maio, ainda não começaram a serem cumpridas. O Conselho Fiscal, quer a convocação de uma AG extraordinária, que segundo este órgão, esta reunião ira contribuir no despertar dos membros do fórum.

No documento que temos, podemos ver inquietações levantadas pelo conselho fiscal, como por exemplo, que há membros que querem dividir o fórum em bem reinarem. O documento não avança quem são estes que tem a tendência de dividir para reinar, mas elucida claramente que com estas anomalias todas, há esta tendência.

EXIGÊNCIAS DO CONSELHO FISCAL

O Conselho Fiscal (CF), neste seu documento de quatro páginas, quer saber para além de outras coisas, onde parou o salário remanescente do antigo coordenador (já falecido) António Muedo, de acordo com sentença do Tribunal. E não só, o CF quer saber onde andam os USD 5000 da DIAKONIA, referente a manutenção pôs fim do contrato.

Para além deste valor da DIAKONIA, o CF exige também a clarificação do uso do valor recebido do Núcleo Provincial de Combate ao SIDA e também o paradeiro da viatura da organização e outros bens. No fim há um apelo neste documento que vem dos fazedores da carta. “Deixar-se o FONGZA, tal como foi constituído com a sua missa, visão e objectivos”-fim de citação.

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