Os dividendos do Banco de Moçambique (BM) para os cofres de Estado reduziram em 62 por cento no exercício de 2018, menos 5 biliões de Meticais comparativamente ao ano anterior em que as suas Contas foram reprovadas pelo Auditor Externo.
O banco central ainda não tornou públicas as suas Demonstrações Financeiras do ano passado, “ainda estamos a rever” esclareceu ao @Verdade a directora do Gabinete de Comunicação, Silvina de Abreu.
Contudo, analisando a Conta Geral do Estado de 2018 o @Verdade apurou que em 2018 o BM gerou pouco mais de 3 biliões de Meticais em receitas para o erário, relativos aos 55 por cento de dividendos que habitualmente paga aos cofres públicos.
Este montante representa uma redução de 61,7 por cento comparativamente aos pouco mais de 8 biliões de Meticais quem em 2017 pagou ao Estado.
Recorde-se que as Contas do BM do exercício de 2017 foram reprovadas pelo Auditor Externo, a consultora KPMG, pois “não apresentam de forma verdadeira e apropriada a posição financeira consolidada e separada do Banco de Moçambique em 31 de Dezembro de 2017”.
Em Outubro de 2018, questionado sobre as contas do ano anterior, o Governador Rogério Zandamela esclareceu que: “bancos centrais não estão no negócio de buscar lucros, é muito importante isso, comparado a bancos comerciais. Lucros ou mesmo perdas não são objectivos nem primários nem secundários do banco central”.
Paradoxalmente os bancos comerciais em Moçambique, aproveitando as altíssimas taxas de juro, obtiveram no ano passado os maiores lucros de sempre.