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Direcção de Identificação Civil de Marracuene presta mau serviço

Direcção de Identificação Civil de Marracuene presta mau serviço

O bilhete de identidade ainda é um luxo para milhares de moçambicanos, principalmente os das zonas distantes dos centros urbanos devido à ineficiência que caracteriza o sector da Identificação Civil. Prova disso, é que os moradores do distrito de Marracuene, na província de Maputo, queixam-se do mau atendimento na Direcção de Identificação Civil (DIC) local, que consiste na morosidade, precárias condições das infra-estruturas, má conservação de documentos por falta de arquivos, dentre outros.

 

Para além de pedidos de bilhetes de identidade efectuados há meses mas que não são emitidos no tempo previsto (duas semanas), os utentes daqueles serviços repudiam o facto de haver documentos pessoais, tais como Cédula e Narrativas espalhados pelo chão.

Esta segunda-feira (02), o @Verdade visitou a DIC de Marracuene e constatou que à semelhança do que acontece noutros pontos do país, sobretudo nas zonas rurais, obter um bilhete de identidade parece um favor. Fica-se meses a fio à espera desse documento.

Na DIC de Marracuene, os funcionários debatem-se também com problemas de infiltração de água pelo tecto quando chove. José Francisco, reside no bairro Malí, a alguns quilómetros da vila-sede do distrito de Marracuene, disse que o trabalho prestado pela DIC é deficitário, os funcionários atendem mal os utentes e, porque vezes, alguns abandonam o posto de trabalho para irem consumir álcool, deixando as pessoas enfileiradas por muito tempo e sem nenhum atendimento.

“Eu tratei o meu bilhete de identidade em Maio deste ano, porém, até hoje ainda não o recebi. Da minha casa para cá (DIC) e vice-versa gasto 75 meticais”, disse José Francisco. Este sublinhou que perdeu a conta das vezes que se dirigiu àquelas instalações e não foi atendido por falta de pessoal durante a hora expediente. E quando alguém o atendia ouvia o mesmo refrão: “venha amanhã”.

António Mazive disse ainda que foi obrigado a corromper um funcionário, em Novembro passado, com um valor de 600 meticais para tratar o seu bilhete com urgência mas nada disso aconteceu. “Por causa do trabalho mudei de residência para Namaacha e até hoje o meu documento não foi emitido. De lá para cá gasto 200 meticais ida e volta”.

O agastamento de Mazive piorou quando numa dessas vezes foi aconselhado a tratar um novo documento através do qual podia ter bilhete de identidade e devia igualmente desembolsar 180 meticais supostamente para solicitar uma segunda via, sem no entanto ter recebido a primeira.

“Fiquei revoltado porque percebi que se tratava de mais uma cobrança ilícita. Ralhei para o funcionário em serviço nesse dia e o mesmo disse que eu devia queixar onde eu achasse melhor mas ninguém lhe faria nada”, contou-nos Mazive.

Meldina Alberto pediu a emissão do seu documento de identificação pessoal em Março deste ano, mas continua à espera. Ela está também preocupada com a falta de segurança das infra-estruturas da DIC de Marracuene e receia que um dia desabem sobre gente, uma vez que as chapas de zinco estão todas corroídas.

Se é Moçambique é possível obter um cartão de eleitor em menos de 10 minutos, qual a dificuldade de se emitir um bilhete de identidade num dia por exemplo?

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