Esforços diplomáticos entre os governos de Moçambique e da Índia é que estão a salvar a continuidade da parceria firmada entre a Empresa Pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM-EP) e a recém criada Companhia Caminhos de Ferro de Beira (CCFB), esta última concessionária da gestão e exploração das linhas ferroviárias que ligam o Porto da Beira, nomeadamente de Machipanda e de Sena.
O Presidente do Conselho de Administração (PCA) dos CFM-EP, Rosário Mualeia, expressou na Beira que a entidade concedente, claramente, não está satisfeita com o desempenho da CCFB. “Há um trabalho que temos estado a fazer, porque se trata de uma relação que envolve o Governo de Moçambique e da Índia” – afirmou Rosário Mualeia.
O PCA dos CFM-EP disse a sua perspectiva é que a CCFB melhore o seu desempenho nos termos contratuais. Frisou que a insatisfação decorre por um lado devido os atrasos constantes nos trabalhos de renovação da Linha de Sena que deveriam ter sido concluídos a muito tempo.
Na sua opinião, as principais causas dessa demora prendem-se com a falta de material circulante, nomeadamente vagões, número de locomotivas e a própria operacionalidade do empreiteiro. Por outro lado, Mualeia disse que mesmo nas operações da Linha de Machipanda verifica-se ausência dos níveis de manutenção acordados na concessão. “Estamos a busca de soluções com o parceiro para melhorarmos a nossa produtividade e melhorar o transporte de mercadorias sobretudo na Linha de Machipanda”.
Questionado caso esse cenário persista por mais tempo que medidas serão tomadas, a fonte indicou que todos os contratos apresentam cláusulas que implicam a sua rescisão, mas anotou que neste caso há um esforço diplomático para que não se chegue a ruptura porque afinal de contas eles também investiram.
A aplicabilidade da cláusula que implica a rescisão do contrato, segundo Rosário Mualeia, só será caso eles se mostrem efectivamente incapazes. A linha de Sena já deveria estar concluída até Janeiro de 2009.
O PCA dos CFM-EP disse ter se reunido com os gestores da CCFB, na Beira, os quais asseguraram que iriam concluir os trabalhos até o final deste ano, mas da constatação que fez no terreno tudo indica que não será possível novamente o cumprimento desse prazo, talvez nos princípios do próximo ano.
A CCFB está a tornar-se experiência traumática para os CFM-EP na sua estratégia de concessões.
