As autoridades sanitárias de Moçambique detectaram, este ano, 137 casos suspeitos de sarampo no país, 55 dos quais foram declarados positivos, representando uma diminuição relativamente a período homólogo de 2010, em que o número de casos foi de 188.
O porta-voz do Ministério moçambicano da Saúde, Leonardo Chavana, disse que os casos de sarampo foram detectados nas diversas províncias do país, sublinhando, entretanto, que a província central de Manica é a que constitui principal preocupação, por os crentes de uma seita religiosa local não aderirem aos programas de vacinação.
Chavane referiu que o Ministério da Saúde decidiu enviar àquela província uma equipa para sensibilizar os crentes da referida seita sobre a importância da sua participação nos programas de vacinação, “para não hipotecar o desenvolvimento das crianças”.
“Não é correcto que um pai coloque a sua criança em risco de vida por falta de vacinação. O Ministério da Saúde respeita qualquer crença social, ideológica, religiosa ou cultural, mas não pode, de forma alguma, respeitar decisões que põem em risco a vida das crianças”, frisou Leonardo Chavane.
De referir que a província de Manica partilha uma extensa linha de fronteira com o Zimbabwe, país onde, segundo agências noticiosas internacionais, se registam milhares de casos de sarampo, que resultam em centenas de mortos.
Estatísticas oficiais indicam que durante os primeiros cinco meses de 2010 foram investigados em Moçambique 405 casos suspeitos de sarampo, tendo sido colhidas 397 amostras para confirmação laboratorial, 188 das quais foram positivas.
Refira-se ainda que a taxa anual de detecção geral foi de 5.4 casos por 100 mil habitantes, superior à taxa recomendada pela Organização Mundial de Saúde – OMS, que é de 2 casos por 100 mil habitantes.
Mas, sem contar com os casos notificados nas províncias que tiveram surtos, nomeadamente Gaza, Inhambane e Cidade e província de Maputo, no sul de Moçambique, a taxa real de detecção para o período em análise é de 1.7 por 100 mil habitantes.
O Ministério da Saúde está a desenvolver esforços para aumentar as taxas de vacinação contra o sarampo e mantém-se em alerta, face ao perigo da eclosão de casos desta doença nos países vizinhos, sobretudo África do Sul, Zimbabwe e Malawi.
Presentemente, decorre na província nortenha de Nampula uma campanha de vacinação contra o sarampo, depois de, há cerca de uma semana, ter decorrido em todo o território moçambicano um trabalho idêntico, que, segundo as autoridades governamentais, teve bastante sucesso.
