A data de 8 de março como Dia Internacional da Mulher começou a ser comemorado em 1910 e foi oficializada pela ONU em 1977, convertendo-se no símbolo de uma longa história de reivindicações feministas como o direito ao voto, a legalização do aborto e, ainda hoje em dia, a igualdade trabalhista.
Como muitas datas simbólicas, o Dia alimenta-se de várias referências históricas, mas sua origem é difícil de determinar.
A primeira tentativa parece remontar a 1909 através do Partido Socialista.
A alemã Clara Zetkin propôs, na Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, celebrada em Copenhague, em agosto de 1910, a criação de um Dia Internacional, sem fixar data, dentro das crescentes denúncias de discriminação trabalhista e eleitoral sofridas pelas mulheres nos países industrializados.
O dia foi comemorado pela primeira vez em 19 de março de 1911 em Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Nessa ocasião, mais de um milhão de mulheres manifestaram-se na Europa.
Deixado de lado pela divisão do movimento operário e da Primeira Guerra Mundial, ressurgiu na Rússia, em 8 de março (23 de fevereiro, pelo calendário russo), por ocasião de uma manifestação de operárias em São Petersburgo, em 1917, para reclamar pão e a volta dos homens da frente de batalha.
Em 1921, Lênin, o fundador da União Soviética, escolheu essa data em homenagem às operárias e iniciava uma tradição nos países comunistas. Na China de hoje, as trabalhadoras se beneficiam de meia jordada de folga.
Nos anos 70, o movimento feminista apropriou-se desta data para fortalecer suas reivindicações pela igualdade de direitos políticos e sociais. E, em 1977, a ONU decretou o 8 de março Dia Internacional dos Direitos das Mulheres e pela Paz.
Desde então, a data reveste-se de importância simbólica em todas as partes do mundo onde as mulheres ainda devem lutar por seus direitos fundamentais reconhecidos ou acabar com a violência e as persistentes desigualdades de que são vítimas. – AFP