A Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia privou a liberdade de dois cidadãos, no distrito de Morrumbala, incriminados de perseguição e assassinato de indivíduos calvos para a extração dos seus órgãos.
Trata-se de um crime que tem sido reportado, há dias, a partir dos distritos de Milange e Morrumbala, que fazem fronteira com o Malawi.
Acredita-se que os protagonistas estão vinculados a uma rede de traficantes de órgãos humanos para fins não apurados e teriam morto pelo menos três pessoas.
Os indiciados ora detidos foram, segundo a Polícia, surpreendidos por populares num cemitério na posse de uma cabeça humana, na localidade de Mepinha.
Eles foram conduzidos para uma esquadra, onde alegam que estavam no sepulcro para visitar a campa de um familiar.
De acordo com um dos cidadãos presos, ele e os supostos comparsas foram submetidos a sevícias pela população detidos antes de serem levados à unidade policial.
Afonso Dias, comandante da PRM em Morrumbala, disse que os indiciados desenterraram um cadáver que tinha sido sepultado há três meses e deceparam a cabeça.
As pessoas que perseguem os homens calvos acreditam que “todo o homem careca tem ouro”, o que é uma falácia que “técnica e cientificamente” não pode ser provado, disse o agente da Lei e Ordem.
Refira-se que, em Maio último, no distrito de Moatize, província de Tete, pessoas não identificadas raptaram uma criança de 11 anos de idade, do sexo masculino, e amputaram os seus órgãos genitais, pouco tempo depois de um outro grupo de desconhecidos ter assassinado uma anciã e extraído os seus órgãos, em Gaza.
Dias depois, na mesma província, dois indivíduos de 20 e 32 anos de idade foram assassinados e extraídos os órgãos genitais, no distrito de Macanga. Três pessoas com idades que variam de 27 a 34 anos foram detidas.
Segundo o informe anual da Procuradoria-Geral da República (PGR), em 2016, em Tete, houve pelo menos oito casos de tráfico de pessoas para a extração de órgãos.