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Desnutrição crónica mata 45 crianças no norte de Moçambique

A desnutrição crónica vitimou, nos primeiros nove meses do corrente ano, 45 crianças em várias unidades sanitárias da província de Nampula, norte de Moçambique. Saozinha Agostinho, médica-chefe provincial, disse que a situação é crítica sobretudo por se tratar de vidas humanas que se perdem e o mesmo acontecer em idades que vão dos zero aos cinco anos.

Agostinho, citada pelo jornal Diário de Moçambique, disse que o número de crianças internadas durante o período referido é superior ao registado em igual período em 2010, durante o qual deram entradas nas unidades sanitárias 691 menores. A fonte disse, por outro lado, haver preocupação com os casos de baixo peso à nascença que foram também registados, sobretudo porque tal se deve a desnutrição, a partir da própria mãe.

No quadro das acções de acompanhamento da situação da nutrição, as autoridades sanitárias daquela província implantaram quatro postos sentinela, que se dedicam ao controlo da evolução de crianças dos zero aos cinco anos de idade. A acção que se centra no controlo dos primeiros 30 bebés, cujos resultados servem de indicadores para a avaliação e interpretação da situação da província. Fruto da medida, segundo a Saozinha, pelo menos 38 por cento das 8.489 crianças avaliadas acusaram desnutrição crónica, facto que se reflecte no desajuste entre o crescimento e a idade.

A médica-chefe indicou que a taxa é elevada, devendo ser invertida com muita urgência para níveis considerados normais, 20 por cento, sob risco de causar problemas na vida global da própria província. A desnutrição nas mães é um problema sério e prova disso é que muitas acabam tendo bebés que nascem com peso inferior a 2,5 quilogramas.

A situação do baixo peso à nascença ronda os 12 por cento, taxa apontada como elevada, tendo em conta que o ideal deveria ser abaixo de sete por cento. Os distritos de Ribáuè, Murrupula, Nacala-à-Velha, Muecate e Mogincual lideram a lista dos mais afectados pelo problema da desnutrição crónica, constituindo um contraste, sobretudo em relação aos primeiros dois, pois figuram entre os mais produtivos de Nampula.

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