O desemprego e falta de assistência social básica para garantir condições aceitáveis de sobrevivência, em Nampula, estão a arrastar adolescentes e jovens para o mundo do crime, da prostituição e de outras anomalias sociais.
O psicólogo e director do Hospital Psiquiátrico de Nampula, José Paulo, refere que algumas manifestações do crime resultantes desta situação são as agressões físicas e as violações sexuais, que tendem a agudizar-se, apesar de muitas instituições sociais, como a religiosa, tentarem resgatar os valores humanos nas faixas etárias em causa.Segundo ele, a pobreza também contribui para a vigência do mesmo mal social, uma vez que a falta de algo para comer durante muito tempo induz aos adolescentes e jovens ao roubo, como única forma fácil de conseguir dinheiro para suprir a carência de alimentação.
Ademais, José Paulo considera que a degradação social, a falta de respeito pelo próximo e pelas outras culturas e a divisão desigual de riquezas podem ser parte dos factores que concorrem para a proliferação de práticas nefastas à harmonia nesta região norte do país.
O psicólogo alerta que o criminoso que não beneficia de acompanhamento médico para avaliar o seu estado psíquico pode ser um perigo para a sociedade. E caso persista a falta de emprego e não se crie alternativas para atenuar o problema, os índices de criminalidade continuarão preocupantes.
Sem meias palavras, o nosso interlocutor refere que em relação à prostituição, esta é uma forma de sobrevivência forçada. “Todo aquele que disser que se prostitui por prazer estará a mentir. O prazer e o amor são feitos de forma harmoniosa entre os parceiros”, concluiu.