Uma cidadã cuja identidade não apurámos foi encontrada sem vida na manhã desta quarta-feira (09) junto à linha férrea dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), no bairro do Aeroporto, próximo à 11ª esquadra, na capital moçambicana. A vítima apresentava sinais de ter sido violada sexualmente, pois estava sem parte da sua roupa e cheia de sangue.
Clotilde Matavele, residente naquela zona, disse que suspeita que o crime tenha acontecido numa das machambas ao longo Avenida 19 de Outubro e depois do acto a mulher tenha sido arrastada para a linha férrea para que fosse trucidada pelo comboio, com vista a fazer com que as pessoas pensem que sofreu um acidente.
Segundo a testemunha, a falta de iluminação ao longo daquela via coloca em risco a vida de muita gente, uma vez que desde a primeira lomba, na Rua Engenheiro Carlos Morgado, até “007” o capim alto e as machambas existentes no local servem de esconderijo para pessoas de má-fé.
Num outro desenvolvimento, Clotilde Matavele afirmou que na noite do dia anterior ouviu gritos de pedido de socorro mas devido ao medo não pôde sair para ajudar. De acordo com a nossa entrevistada, de há tempos a esta parte acontecem vários assaltos e agressões físicas na Avenida 19 de Outubro.
Clotilde contou que o seu filho de 19 anos de idade foi espancado por um grupo de seis indivíduos, há dias, por ter negado perder o seu telefone celular a favor do bando a alusão. Em resultado disso, o miúdo contraiu ferimentos graves na face e no braço. Ela desconfia que seja a mesma quadrilha que tem estado a protagonizar desmando naquela região do Distrito Municipal KaNlhamanculo. A senhora queixa-se também do facto de alegadamente a Polícia não fazer nada para garantir a ordem e a tranquilidade públicas.
A equipa da Polícia de Investigação Criminal (PIC) que removeu o corpo não prestou declarações sobre este caso supostamente porque ainda não houve investigação. A população daquela zona não reconheceu o cadáver; por isso, acredita-se que a vítima seja de outra zona.
Carlos Mondlane, agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) afecto à 11ª esquadra, disse que é a primeira situação de violação sexual até à morte que se regista no bairro do Aeroporto, pese embora os relatos de pessoas assaltadas e agredidas fisicamente sejam constantes.
O nosso interlocutor referiu que dois indivíduos estão a ver o sol aos quadradinhos na Cadeia Central de Maputo, desde meados de Março último, por estupro de uma menor de 14 anos de idade quando regressava da escola no mesmo aquele bairro.