Mais de 10 pessoas alegadamente desconhecidas, que se identificaram como funcionários e membros seniores da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH), e que pretendiam viajar da cidade de Nampula para uma suposta missão na província de Sofala, encontram-se em lugar incerto com uma viatura de transporte de passageiros e o respectivo condutor, desde a última sexta-feira (03).
Para além do veículo de 15 lugares, presume-se que os indivíduos em causa levaram consigo o respectivo motorista, um jovem de 21 anos de idade, identificado pelo nome de Box Alberto, cujo paradeiro também é incógnito até este momento.
Em declarações ao @Verdade, Jorge André, proprietário do referido carro, declarou que o grupo era composto por de mais de 10 elementos, alguns dos quais do sexo feminino encabeçados por um homem que se identificou apenas pelo nome de Castanha.
As pessoas em alusão, contactaram o seu motorista em Nampula no sentido de transportá-las até Inchope (num troço que liga o norte ao centro de Moçambique) com a garantia de pagamento de 25 mil meticais. O valor seria desembolsado quando eles chegassem ao destino.
Segundo o nosso entrevistado, o montante acordado podia aumentar para o dobro em função do tempo que eles permaneceriam com a viatura durantes as alegadas missões humanitárias em Sofala.
Jorge André afirma que autorizou o jovem, por sinal seu parente, a viajar com os indivíduos em questão, convencido de que se tratava de pessoas idóneas, uma vez que o suposto responsável pelo grupo possuía um crachá, alegadamente emitido pela delegação regional da LDH em Nampula.
“O último contacto que mantive com o meu motorista foi na manhã de sábado (04), quando ele disse que estava a abastecer o carro numa gasolineira em Maringué. Depois disso nunca mais nos comunicámos nem com o responsável do tal grupo”, contou Jorge, visivelmente preocupado.
O nosso interlocutor admite a possibilidade de o seu motorista e familiar ter sido assassinado e os malfeitores se apoderado carro. Porém, confia o esclarecimento do caso às autoridades policiais.
Na manhã de segunda-feira (06), o lesado dirigiu-se à LDH para esclarecer se teria havido uma missão daquela organização em Sofala. A resposta foi de que os assuntos das províncias de Sofala, Tete e Manica são tratados pura e simplesmente pela delegação regional da agremiação, sediada na cidade da Beira. Perante esta informação, Jorge concluiu que se trata de indivíduos de má-fé e que usam os nomes de instituições para alcançarem fins não revelados.
Tarcísio Abibo, delegado regional norte da LDH, explicou à nossa Reportagem que situações do género têm sido frequentes na província de Nampula. Num passado muito recente, um taxista caiu numa artimanha de malfeitores que se fizeram passar por funcionários de uma empresa e, infelizmente, foi morto algures na província do Niassa.