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Descobertas 200 novas espécies em Papua-Nova Guiné

Cerca de 200 novas espécies de animais e plantas, inclusive uma aranha laranja, uma cigarra com espinhos nas patas e um minúsculo sapo narigudo, foram descobertas nas remotas selvas montanhosas da Papua-Nova Guiné. Uma equipe internacional de cientistas identificou as espécies durante uma expedição de dois meses nos remotos montes Muller e Nakanai, em 2009, disse a entidade Conservação Internacional na quarta-feira.

A expedição foi parte de um projeto global destinado a documentar a diversidade de ambientes poucos conhecidos, mas ricos em espécies, o que permitirá estabelecer melhores prioridades na conservação. Nos montes Nakanai, na ilha da Nova Bretanha, a equipe descobriu 24 novas espécies de sapos, dois novos mamíferos, nove plantas e quase cem novos insetos e cem novas aranhas.

Vários tipos de cigarras e pelo menos uma formiga e um mamífero são tão diferentes das outras espécies conhecidas que constituem gêneros à parte, segundo os cientistas.

Durante a pesquisa nos montes Muller, que fica no Planalto Sul da ilha principal, os cientistas acamparam a 2.875 quilômetros, descobrindo uma cigarra que, quando ameaçada, levanta suas pernas grandes e espinhosas e chuta o predador. “Esperamos que a notícia dessas incríveis novas espécies ajude na elevação desses ambientes espetaculares ao status de Patrimônio Mundial”, disse Stephen Richards, líder da equipe, em nota.

Durante milênios, as cordilheiras e florestas da Papua-Nova Guiné restringiram a interação entre grupos indígenas, criando um dos países de maior diversidade linguística e cultural do mundo. As mesmas barreiras geográficas também limitaram a exploração científica. Por outro lado, o terreno montanhoso também pode ser um aliado dos conservacionistas, embora eles alertem que algumas florestas locais estão cada vez mais ameaçadas pelo avanço da agricultura de subsistência, da extração de madeira e das plantações de palmares.

“No alto dos montes Nakanai, eu pude ver plantações de dendê se estendendo até quase a costa”, disse Richards. “E me chamou a atenção quanto da floresta de planície já desapareceu para dar espaço ao dendê. A inclinação íngreme do planalto limitou sua destruição, mas se as pessoas começarem a construir estradas, essas áreas ficarão mais acessíveis.”

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