O presidente do partido Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou nesta segunda-feira(07) a criação para breve da polícia da formação política que dirige, para garantir segurança das províncias autónomas, um ano após falhar a implementação do Acordo de Cessão de Hostilidades, em vigor desde 5 de Setembro de 2014. “Dentro de semanas vamos constituir a nossa Polícia da República de Moçambique” declarou Dhlakama num comício em Milange, na província da Zambézia, justificando que “nós queríamos meter os nossos homens na Polícia, mas porque essa polícia é da Frelimo e a Frelimo não quer, vamos criar uma polícia”.
Dhlakama assegurou, citado pela Rádio Voz da América, que a posição surge em resposta da recusa do Governo do partido Frelimo de reintegrar os seus homens nas Forças de Defesa e Segurança.
O líder da Renamo, disse que a medida responde igualmente ao incumprimento do Acordo de Roma em 1992, que estabelecia a criação de uma Polícia unificada, entre os militares estatais e os guerrilheiros da Renamo, no fim da guerra de 16 anos.
Assegurou contudo que a Polícia, cuja missão é garantir a segurança dos dirigentes do partido nas seis províncias autónomas, que o movimento insiste criar no centro e norte de Moçambique, será constituída por antigos guerrilheiros desmobilizados e militares no activo.
Afonso Dhlakama, anunciou igualmente a criação de um segundo quartel em Milange (Zambézia) – quase uma semana após a instituição do quartel-general em Morrumbala – que também vai servir para o treino dos agentes da Polícia do partido.
O líder do principal partido da oposição em Moçambique aclarou que a polícia e os quartéis “não são para atacar a Frelimo, nem para fazer guerra contra a Frelimo”, mas para defender a população das marginalização das forças governamentais em cumprimento das ordens do partido no poder.
O partido Renamo não reconhece os resultados das últimas eleições gerais e exige a criação de autarquias províncias em todo o país e a gestão de forma imediata das seis regiões onde reclama vitória eleitoral, sob ameaça de tomar o poder à força.