O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, estabeleceu planos para aumentar os gastos na saúde, educação e serviços sociais, Segunda-feira, tentando agradar os eleitores da classe média antes das eleições presidenciais nas quais é o favorito.
Putin reconheceu num artigo da primeira página no diário popular Komsomolskaya Pravda que faltam à Rússia habitações acessíveis e serviços sociais eficientes, preocupações expressas pela classe média urbana em protestos de rua contra o seu governo.Lamentando o facto de que um em cada oito russos viva abaixo da linha da pobreza, com pouco mais de 200 dólares por mês, ele prometeu tratar da distância entre ricos e pobres, aumentar os salários dos professores e tomar medidas para aumentar a população da Rússia (depois de anos de declínio), ampliando os benefícios às crianças.
Alguns economistas e analistas políticos classificaram tais promessas como populistas e afirmaram que o aumento de gastos do governo pode ser problemático num momento de incerteza política.
“Há apenas 10, 12 anos, o debate era principalmente sobre evitar que uma categoria social inteira, sobretudo os aposentados, caísse para baixo da linha da pobreza”, escreveu Putin um artigo intitulado “Construindo Igualdade: Uma Política Social para a Rússia”.
Ele afirmou que a percepção do que constitui um padrão de vida adequado mudou e acrescentou: “A população, e principalmente a “classe média” educada, as pessoas bem pagas, estão no geral insatisfeitas com a qualidade dos serviços sociais.”
O artigo foi o mais recente numa série de textos nos quais Putin, de 59 anos, apresentou os seus projectos antes das eleições.
As pesquisas de opinião sugerem que ele será reeleito com tranquilidade para o cargo que ocupou por oito anos até 2008, quando saiu porque a Constituição impedia um terceiro mandato consecutivo.
Ele tornou-se primeiro-ministro, mas permaneceu o líder dominante da Rússia em “conjunto” com o presidente Dmitry Medvedev, indicado por ele.