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Da Dignidade e da Indignidade

Assinalou-se esta quarta-feira, dia 20, o ‘Dia da Dignidade’, uma acção à escala mundial que tem na figura do arcebispo sul-africano Desmond Tutu o seu grande patrono. Com a designação de ‘Global Dignity Day’, esta iniciativa já existe há alguns anos em alguns países do mundo e conta-se em poucas palavras: à volta da palavra Dignidade debate-se o seu significado e tudo o que lhe está subjacente. Normalmente os encontros têm lugar em escolas secundárias com figuras públicas a interrogar os estudantes sobre os conceitos de Dignidade.

De uma forma enciclopédia e abstracta, pode definir-se a “Dignidade como uma palavra que define uma linha de honestidade e de acções correctas baseadas na justiça e nos direitos humanos, construída através dos anos criando uma reputação moral favorável ao indivíduo e respeitando todos os códigos de ética e cidadania. Ser digno é obter merecimento ético por acções pautadas pela justiça, honradez, solidariedade, honestidade.

” Este ano, em Moçambique, o dia foi assinalado pela segunda vez. A acção decorreu na Escola Secundária da Polana, onde alunos entre os 13 e os 17 anos receberam nomes como Stewart Sukuma, Dama do Bling, Jorge Ribeiro, Eunice Andrade, Tânia Tomé, Erik Charas, Frederico Jamisse.

Desta vez o Erik convidou-me também ao que eu, renitente, acabei por aceitar. À chegada à escola, cada um de nós foi colocado numa sala. E foi assim que, perante o olhar inquisitório de 40 e tal estudantes e após as apresentações, comecei o meu convívio sobre Dignidade. Pedi então aos alunos que, um a um, escrevessem na ardósia o nome e à frente a palavra que associavam à Dignidade.

O Respeito ganhou largamente e a seguir vieram a Solidariedade e a Honestidade, curiosamente tudo palavras que estão contidas na defi nição que dei em cima, o que só demonstra que os jovens, ao contrário do que muitas vezes parece, sabem mais do que aparentam.

Depois vieram à baila as profissões dignas. E da boca dos alunos ouvi: médico (porque salva vidas), advogado (porque olha pela Justiça), jornalista (porque escreve a verdade), e pasme-se, jogador de futebol (porque dá-nos muitas alegrias).

Ninguém falou em políticos, em funcionários das repartições públicas ou em polícias. Porque será? Talvez porque, na espontaneidade juvenil, tal como no vinho, esteja a verdade.

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