Steve Kerr vai ter muita história para contar. Vai poder dizer que venceu a jogar ao lado de Michael Jordan e Tim Duncan e ainda teve a honra no seu primeiro ano como técnico de conquistar um título comandando uma equipa liderada por um jovem astro da Liga Profissional de Basquetebol norte-americano, a NBA. Nos Golden State Warriors, ele encontrou Stephen Curry, de apenas 27 anos, e transformou-o no maestro de uma orquestra extremamente em sintonia. O jogador dominou a competição, com a melhor campanha da temporada regular, ganhou o prémio de jogador mais valioso (MVP) e ainda roubou a coroa de LeBron James ao sair da quadra na noite desta terça-feira com o anel de campeão. A sua equipa venceu o Cleveland Cavaliers fora de casa, por 105 a 97, e fechou a final em 4 a 2, encerrando um jejum de 40 anos.
Curry terminou o jogo com 25 pontos e 8 assistências. Ele contou ainda com actuações importantes de Andre Iguodala, que foi eleito o MVP das finais, fator desequilíbrio na série quando passou a ser titular no lugar de Andrew Bogut, com 25 pontos, e Draymond Green, que fechou a série com um triplo-duplo (16 pontos, 11 ressaltos e dez assistências.
Nem os 32 pontos, 18 ressaltos e nove assistências de LeBron James, melhor marcador do jogo 6, foram suficientes para evitar mais um ano de espera de Cleveland, cidade que não conquista um título das três principais ligas profissionais desde 1964.
Pelas mãos de Curry, toda a atmosfera criada antes de começar o jogo foi minguando no primeiro quarto. Os Golden State controlaram o início da partida, dominando o garrafão, e abriram uma vantagem considerável. o seu astro conduziu o show, com triplos, roubos de bola e assistências. Assim, terminou o período a vencer por 28 a 15, deixando a claque sem reação diante da dificuldade do equipa da casa para encontrar soluções em quadra.
Os Cavaliers aproveitaram a ausência de Curry no início do segundo quarto para reduzir um pouco a desvantagem, contando com boa participação de James Jones. Mas o MVP da temporada regular, então, conseguiu retomar o controle do jogo. No entanto, a situação equilibrou-se. Mozgov protegeu bem o garrafão dos Cleveland, que minimizou as bolas de três do rival, mas continuou com dificuldade no ataque.
A precisar de mais esforço para fazer as cestos, LeBron despertou. Marcou 11 pontos no segundo quarto e liderou a reacção, mesmo com Mozgov no banco. Tristan Thompson multiplicou-se nos ressaltos para ajudar o astro. Com isso, a diferença caiu. No fim do período, os Warriors ainda conseguiram ficar na frente, mas com uma pequena vantagem: 45 a 43.
As equipas voltaram para o terceiro quarto com os mesmos jogadores do início do jogo. Apesar de Mozgov sair-se bem, Blatt mudou novamente e preferiu deixar o russo no banco depois de pouco mais de três minutos.
Desta vez, os Warriors aproveitaram. Mesmo sem pontuar, Curry foi ditando o ritmo com assistências e participação defensiva. Iguodala e Green cresceram, e o trio dominou o jogo, conseguindo mais uma vez abrir uma boa vantagem, que chegou a ser de 15, mas fechou o período em 12: 73 a 61.
Os Cavaliers tentaram reagir e chegaram a reduzir a diferença para sete pontos. Mas aí Curry apareceu novamente, e os cestos de três pontos dos Warriors foram minando a reacção, dividindo a pontuação num jogo no qual até Ezeli marcou dez pontos. Mozgov e Tristan Thompson chegaram ao duplo-duplo, e LeBron fez o que dele se espera.
Nos minutos finais, J.R. Smith ainda acertou três triplos e deu um suspiro de esperança aos adeptos da casa, com apenas quatro pontos de diferença. Mas de nada adiantou.
Com o seu maestro consciente do que precisava fazer, os Golden State administraram o tempo até o relógio parar, vencendo por 105 a 97. Os jogadores reunirem-se na quadra para uma festa de quem comandou a NBA desde o início da temporada 2014/15.