Milhares de curdos protestaram, esta quinta-feira (7), contra os planos turcos de construir um muro na fronteira com a Síria, o que eles veem como uma tentativa de impedir o fortalecimento das relações entre comunidades curdas nos dois países.
O protesto ilustra as tensões sectárias que são motivadas pela guerra civil da Síria e se espalham pelo resto da região. O que começou como uma onda de protestos por democracia e contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, transformou-se agora num violento conflito de carácter étnico e sectário.
O protesto ocorreu na localidade turca de Nusaybin, separada da cidade síria de Qamishli apenas por uma faixa vazia, cercada de arames farpados. A tropa de choque da polícia turca tolerou durante horas o protesto, organizado pelo Partido Paz e Democracia, que actua na Turquia e é ligado aos curdos.
No fim do dia, no entanto, os soldados usaram gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, a maioria homens jovens que agitavam bandeiras vermelhas, amarelas e verdes dos curdos.
As autoridades turcas anunciaram no mês passado a intenção de construir um muro de dois metros de altura para impedir a actividade de contrabandistas na região de Qamishli. O líder partidário, Selahattin Demirtas, disse aos manifestantes que o governo prometeu desistir do muro. Ele afirmou, no entanto, que os protestos devem continuar até que a fronteira esteja aberta ao comércio.

