A cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) concordou, esta terça-feira (23), em ampliar o uso de energias renováveis e arrecadar bilhões de dólares em ajuda para os países em desenvolvimento, com o objectivo de melhorar as perspectivas de um acordo abrangente para conter o aquecimento global.
A reunião de um dia, presidida pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, estabeleceu metas para frear a deterioração de florestas tropicais até 2030, aprimorar a produção de alimentos e aumentar a fatia de carros eléctricos nas cidades para 30 por cento dos novos veículos no mesmo prazo.
As iniciativas, nenhuma delas obrigatória, foram determinadas por várias coalizões de governos, multinacionais, cidades, grupos financeiros, investidores, organizações ambientais e outras entidades.
As metas têm como propósito ajudar a preparar uma cúpula de 200 nações em Paris no final de 2015 na qual se finalizaria um acordo para desacelerar as emissões crescentes de gases estufa.
Até agora o trabalho tem sido lento, já que muitos países estão mais preocupados em melhorar o crescimento económico e criar empregos. Governos e investidores disseram que irão angariar mais de 200 bilhões de dólares em financiamento climático até o fim do próximo ano, incluindo 30 bilhões de dólares em ‘títulos verdes’ de bancos comerciais e 100 bilhões de dólares de um grupo de bancos de desenvolvimento.
“Isto servirá como catalizador na finalização de um acordo universal e relevante sobre a mudança climática em Paris em 2015”, afirmou Ban a respeito dos fundos. A ONU afirmou num comunicado que o comprometimento com o apoio financeiro dará “um impulso significativo” à promessa feita pelas nações ricas em 2009 de arrecadar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 de todas as fontes para ajudar os países pobres a adotar energias renováveis e se adaptar a ondas de calor, secas e ao aumento no nível dos mares.
Separadamente, uma aliança de cerca de 30 países, incluindo os EUA, e uma coligação de multinacionais estabeleceram a meta de cortar pela metade a perda de florestas até 2020 e deté-las até 2030.
Se for implementada, a medida cortaria entre 4,5 e 8,8 bilhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono por ano. A queima de florestas, da Amazónia ao Congo, principalmente para dar lugar a campos agrícolas, é responsável por cerca de um quinto de todos os gases de efeito estufa gerados por fontes humanas.