O ministro de Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, disse não corresponder à verdade que o Governo moçambicano esteja a assistir impavidamente o tráfico de seres humanos e droga, de acordo com denúncias recentes de um relatório divulgado na última segunda-feira por Hillary Clinton, secretária de Estado dos Estados Unidos da América (EUA).
“Não é verdadeira a informação porque a concertação contra o tráfico de pessoas está a ser feita pelas forças policiais conjuntas da África Austral”, assim reagiu Cuereneia, ajuntando que o trabalho policial conjunto está a permitir a detenção de várias redes que depois são levadas a tribunal. “Um dos exemplos deste trabalho é o último julgamento da moçambicana Aldina dos Santos na África do Sul, cujo processo contou com a colaboração e envolvimento directo da Polícia moçambicana e de outros representantes das instituições da Justiça moçambicana.”
No documento de Clinton, Moçambique é apontado como país de origem e destino, embora em número reduzido, de tráfico de pessoas para efeitos de trabalhos forçados e prostituição forçada, para além de casos de uso de trabalhadores infantis em actividades forçadas ou servidão por dívidas. O documento faz alusão a casos de tráfico de pessoas ocorridos em 2009 em 117 países e refere que mulheres e raparigas das áreas rurais são atraídas para as cidades com promessas de trabalho ou de educação, bem como para África do Sul para efeitos de servidão doméstica e prostituição forçada.
DROGA
Sobre droga, Hillary Clinton revela que as rotas internas e transfronteiriças de tráfico de pessoas são também usadas para traficar droga ilícita e, muitas vezes, os mesmos facilitadores transportam droga e vítimas humanas e, adicionalmente, contrabandistas do Sul da Ásia movimentam indivíduos daquela região sem documentos através da África e vítimas de tráfico através de Moçambique.