As autoridades cubanas prenderam cerca de 70 integrantes do grupo dissidente Damas de Branco, este fim-de-semana, incluindo 18 mulheres, que realizavam a sua marcha semanal de Domingo, na capital do país.
As 18 mulheres, vestidas de branco como de costume, foram cercadas e levadas por um autocarro, depois de terem saído da rota permitida, disse um cinegrafista da Reuters que testemunhou a cena.
Magaly Norvis Otero Suárez, do Damas de Branco, afirmou à Reuters que 16 mulheres foram presas, na noite de sábado, quando tentaram fazer uma excursão no centro de Havana.
Outras 36 foram presas, na manhã de Domingo, quando preparavam-se para ir à missa na igreja católica de Santa Rita.
As mulheres juntaram-se na casa da Laura Pollan, líder do grupo, já morta, durante o fim-de-semana, para lembrar o aniversário da prisão de 75 opositores do governo, em Março de 2003, facto que deu origem à organização Damas de Branco.
As Damas de Branco são mulheres ou mães dos 75 presos em 2003, que foram libertados devido ao acordo mediado pela Igreja Católica, em 2010.
O grupo tem continuado com as suas marchas semanais, único protesto público permitido em Cuba, com o argumento de que há mais prisioneiros políticos para serem libertados.
Nos incidentes similares, no passado, as Damas de Branco têm sido liberadas horas depois da prisão.
As prisões das mulheres dão-se depois de um acontecimento polémico ter marcado a semana passada em Cuba.
Treze dissidentes ocuparam uma igreja em Havana e pediram que o papa mediasse o fim do comunismo.
O protesto durou dois dias e foi reprimido pela polícia. O papa Bento 16 tem uma viagem marcada a Cuba para os dias 26, 27 e 28 deste mês.