Mais de 2.500 prisioneiros cubanos foram libertados, nos últimos dias, depois de uma amnistia de Ano Novo ter sido anunciada antes de uma visita do papa Bento 16, próximo ano, disse um grupo defensor dos direitos humanos, esta Terça-feira.
O presidente cubano, Raúl Castro, disse, Sexta-feira passada, que o Conselho de Estado que governa o país concederia amnistia a mais de 2.900 prisioneiros comuns.Castro disse que a amnistia era um “gesto humanitário” e que também “havia considerado” a visita do papa e pedidos das autoridades importantes da Igreja Católica em Cuba e dos parentes dos prisioneiros.
“Estimamos que mais de 2.500 prisioneiros foram libertados de todas as províncias, e o processo continua”, disse à Reuters Elizardo Sanchez, chefe da Comissão Cubana para os Direitos Humanos. O governo e a mídia estatal não comentaram sobre as libertações.
“A Comissão Cubana para os Direitos Humanos parabeniza essas libertações, mas, realmente, é um gesto limitado e calculamos que existem entre 70 mil e 80 mil cubanos presos”, disse Sanchez. Sanchez disse que entre aqueles que foram libertados até agora estão cinco presos políticos.
Em 2010, Cuba libertou 130 prisioneiros políticos num acordo mediado pela Igreja Católica. Dissidentes cubanos disseram que ao menos 60 pessoas ainda estão atrás das grades por motivos políticos, inclusive um condenado por sequestro de barcos e aviões e espionagem.
Castro disse, Sexta-feira, que a amnistia aplicava-se a pessoas de mais de 60 anos de idade, prisioneiros doentes, mulheres e jovens sem antecedentes criminais, além de alguns prisioneiros que foram condenados por crimes “contra a segurança do Estado”.
O presidente cubano disse que 86 estrangeiros, de 25 países, condenados por crimes cometidos em Cuba, também estavam na lista dos amnistiados.
