Catorze cubanos, entre eles funcionários do alto escalão, foram condenados a penas entre 6 e 20 anos de prisão num caso de corrupção no qual também foram sentenciados três executivos de uma empresa canadense, disse a companhia no domingo (28).
O caso provocou por um forte ceticismo entre diplomatas, que consideram as provas fracas e dizem que a condenação ameaça alienar investidores estrangeiros num momento em que Cuba procura activamente parceiros comerciais no exterior.
Além disso, pode prejudicar a relação entre Cuba e Canadá. Todos os 17 suspeitos foram condenados num caso que reuniu acusações de suborno, falsificação de documentos bancários, fraude, evasão de divisas e evasão fiscal em torno do Grupo Tokmakjian.
A companhia, com sede em Concord (Ontário), fazia negócios em Cuba havia mais de 20 anos, principalmente vendendo equipamentos de transporte, mineração e construção, com receitas anuais em torno de 80 milhões de dólares.
A condenação de Cy Tokmakjian, fundador do Grupo Tokmakjian, e de outros dois executivos foi anunciada no sábado. Tokmakjian, de 74 anos, foi sentenciado a 15 anos de prisão, dos quais já cumpriu três desde a sua prisão.
A companhia canadense classificou o processo como “farsa de julgamento” e “paródia de justiça”. Cuba confiscou, ainda, cerca de 100 milhões de dólares em activos da companhia.
Os executivos Claudio Vetere e Marco Puche foram sentenciados a 12 e 8 anos de prisão cada um, disse Lee Hacker, porta-voz e executivo financeiro da empresa. Hacker também informou as condenações recebidas por suspeitos cubanos, entre eles Nelson Labrada, ex-vice-ministro do extinto Ministério do Açúcar, sentenciado a 20 anos de prisão.
Ernesto Gómez, antigo director de uma companhia estatal produtora de níquel, a Ferroníquel Minera, foi condenado a 12 anos de cadeia. Os executivos da companhia canadense e os cubanos condenados foram incluídos numa investigação do sector comercial internacional de Cuba, no meio de uma ofensiva contra a corrupção empreendida pelo presidente Raúl Castro.