A CTA-Conferação das Associações Económicas de Moçambique vai elaborar um estudo exaustivo sobre o trabalho infantil em Moçambique, com o objectivo de apurar quais os sectores que usam a mão de obra infantil no País, no âmbito de um programa com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), visando a erradicação progressiva deste fenómeno.
Falando a-propósito do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil que se celebra a 12 de Junho, sob o lema “Marque um golo e erradique o trabalho infantil”, a directora executiva adjunta da CTA, Alima Hussein, disse que, sendo a sua organização membro da OIT, após a conclusão do referido estudo, vão desencadear acções de sensibilização por forma que os seus membros e o sector privado no geral, abdique do uso da mão-de-obra infantil.
Este estudo sobre o trabalho infantil em Moçambique conta com apoio da OIT, devendo ser concluído até finais do presente ano.
“É sabido que no País existe a prática de mão de-obra infantil por razões sociais, culturais e económicas, o que faz com que as crianças não vão à escola”, disse Alima Hussein, ajuntando que “ao nível mundial, mais de 200 milhões de crianças, com idades compreendidas entre cinco e dezassete anos, estão envolvidas no trabalho infantil, sendo aproximadamente 26 por cento desse número no continente africano”.
Um inquérito sobre a Força de Trabalho, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em 2004/2005, indica que 32 por cento das crianças com idades compreendidas entre os sete e os dezassete anos estão envolvidas em algum tipo de actividade económica, com diferenças significativas entre áreas urbanas e áreas rurais.
Nos últimos tempos, a questão do trabalho infantil começa a aparecer como uma das consequências do HIV-Sida, dada a existência de crianças chefes de famílias, que têm que tomar conta dos irmãos mais novos em consequência da morte dos pais, vitimas do Sida.
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