A Cruz Vermelha em Guiné disse, esta quarta-feira (2), que foi forçada a suspender operações contra casos de ébola no sudeste do país depois de os seus funcionários terem sido ameaçados por um grupo de homens armados com facas.
O incidente aconteceu na terça-feira em Gueckedou, cerca de 650 quilómetros da capital Conacri, e é o mais recente numa série de episódios contra trabalhadores de saúde, prejudicando esforços para ajudar um frágil sistema de saúde no combate a uma das doenças mais mortais do mundo.
Um centro da ONG Médicos Sem Fronteiras, na cidade próxima de Macenta, foi atacado por jovens há dois meses, depois de os funcionários locais terem sido acusados de trazer a doença para Guiné.
“Residentes locais munidos de facas cercaram um veículo da Cruz Vermelha. Suspendemos as operações por questões de segurança”, disse um representante da Cruz Vermelha no oeste da África, pedindo para não ser identificado.
“Imagino que não será a última vez que isso acontece”, acrescentou. O surto da doença em Guiné, Libéria e Serra Leoa é o maior e mais mortal já visto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A entidade registou 467 mortes em 759 casos desde fevereiro.