Cristãos do norte da Nigéria disseram, esta Terça-feira, temer que uma série de ataques a bomba no dia de Natal, lançados por militantes islâmicos e que deixaram mais de duas dezenas de mortos, possa mergulhar o país mais populoso da África numa guerra religiosa.
O alerta foi feito em comunicado divulgado pelo braço norte da Associação Cristã da Nigéria (CAN), uma organização que reúne várias denominações, incluindo católicos, protestantes e igrejas pentecostais.
A seita islâmica Boko Haram, que quer impor a sharia (lei islâmica) na Nigéria, assumiu a responsabilidade das explosões, o segundo Natal seguido em que provoca derramamento de sangue nas igrejas cristãs.
Saidu Dogo, secretário-geral da organização nas 19 províncias do norte da Nigéria, pediu que os líderes muçulmanos controlassem os seus fiéis, dizendo que os cristãos teriam que ser obrigados a se defender contra ataques futuros.
“Tememos que a situação degenere para uma guerra religiosa e que a Nigéria não consiga sobreviver a isso. Mais uma vez, ‘já chega!'”, disse Dogo.
Os ataques podem reviver a violência sectária entre o norte, de maioria muçulmana, e o sul cristão, que, na década passada, matou milhares de pessoas.
Dogo disse que o CAN pedia que todos os cristãos continuassem a respeitar a lei, mas que deveriam se defender se isso fosse necessário.