Para a Ásia, a crise econômica global representa ainda uma crise social, com uma estimativa de quase 60 milhões de pessoas que passarão a ser consideradas pobres em consequência da queda do crescimento, afirmou o diretor geral do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD).
“As consequências sociais da crise econômica são muito graves”, afirmou Rajat M. Nag. “Esta é nossa principal preocupação”, acrescentou o diretor geral do BAD. Segundo Nag, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) estimada em 3% entre 2008 e 2009 nos países em desenvolvimento da Ásia – excluindo Japão, Austrália e Nova Zelândia – levará 60 milhões de pessoas à pobreza.
Outras 10 milhões sofrerão desnutrição e 56.000 crianças menores de cinco anos morrerão. O diretor do BAD fez os comentários à margem do Fórum Econômico Mundial para o Leste Asiático, onde os participantes concordaram que a região deve equilibrar o modelo de crescimento orientado para a exportação para superar a queda da demanda nos mercados do Ocidente.
Atualmente os países em desenvolvimento da Ásia exportam 60% de seus produtos para o Japão, a Eurozona e os Estados Unidos. “O modelo de desenvolvimento orientado para a exportaçao nos últimos 50 anos, que foi muito útil para a Ásia e achamos que era adequado, agora tem que ser revisado”, afirma Nag.
Para o funcionário do BAD, a Ásia deve incentivar o consumo – algo importante para reduzir a pobreza – poupando menos e gastando mais. Nag também acredita que é preciso incentivar o setor dos serviços. Atualmente, os serviços na Ásia são de difícil acesso por causa das medidas protecionistas. Ele também pediu uma integração maior na Ásia dos setores do meio ambiente e de infraestruturas.
O crescimento dos países emergentes da Ásia registrou 6,3% em 2008. Para este ano, o BAD prognostica um crescimento de 3,4% para voltar a registrar 6% em 2010. “Acreditamos que o pior já passou”, concluiu Nag.