A crise económica e financeira ditou a suspensão do principal campeonato de futebol em Moçambique. “(…) o Moçambola será interrompido por tempo indeterminado”, declarou na sexta-feira (13) o presidente da Liga Moçambicana de Futebol (LMF), Ananias Couana, entidade que deve dezenas de milhões de meticais às Linhas Aéreas de Moçambique, como consequência a companhia aérea exige pronto pagamento para transportar as equipas. Já este fim-de-semana ficaram por realizar cinco dos oito jogos da 6ª jornada.
“No ano de 2016 o nosso orçamento inicial foi afectado devido a introdução pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) por uma taxa que no passado a LAM suportava, que é a taxa sobre os combustíveis cujo valor encareceu a passagem. O valor do bilhete aéreo ficou mais caro e o valor conseguido até ao momento, no caso a ZAP, não cobre a totalidade do orçamento do Moçambola 2018. Mas nós acreditamos que com a retirada da taxa sobre o combustível é possível fazer o campeonato nacional”, começou por declarar em conferência de imprensa o timoneiro da entidade que gere campeonato nacional de futebol.
Ananias Couana revelou que a LMF acumulou em 2017 uma dívida de 44 milhões de meticais, e que este ano o dívida já vai em 33 milhões de meticais, “ e como resultado as Linhas Aéreas de Moçambique manifestaram indisponibilidade para continuarem a transportar as delegações desportivas sem o correspondente pagamento imediato e face a esta situação o Moçambola será interrompido por tempo indeterminado até ao desfecho das negociações em curso com os diferentes parceiros, e é nossa expectativa que isso aconteça em breve”.
O @Verdade apurou que antes da crise económica e financeira, precipitada pela descoberta das dívidas ilegais da Proindicus e MAM, as LAM assumiam como seu patrocínio ao Moçambola o custo total do bilhetes usados pelas delegações desportivas.
Acontece que mais de 50 por cento do custo dos bilhetes de avião em Moçambique são relativos a diversas taxas cobradas pelo Estado, sendo a mais significativa é a taxa sobre o combustível que enquanto o fornecedor das LAM foi a Petromoc era apenas mais uma dívida para juntar ao rol de contas pendentes que as empresas públicas partilham, como forma de minimizar as suas operações deficitárias, mas desde há pouco mais de um ano a companhia aérea de bandeira nacional também tem de pagar à pronto o combustível que usa na suas aeronaves.
Para a Liga Moçambicana de Futebol a “solução para nós resolvermos o problema do Moçambola 2018 passa por este trabalho que estamos a fazer com o Governo em nos conceder a isenção (da taxa sobre o combustível) ou uma outra saída para resolvermos o problema”.
De automóvel só 3 jogos aconteceram da 6ª jornada
Enquanto não há dinheiro para as equipas de futebol voarem ficaram adiadas cinco partidas da 6ª jornada do Moçambola. Viajando por terra o Clube do Chibuto foi à “terra da boa gente” somar 3 pontos graças aos golos Rodrigues, Ejaita.
Também de automóvel os “locomotivas” da Beira viajaram para Quelimane onde foram empatar a uma bola com o 1º de Maio. Hassane abriu o marcador marcando na própria baliza, valeu aos “trabalhadores” Nacito que na transformação de uma grande penalidade repôs a igualdade numa grande penalidade muito contestada pelos “beirenses”.
No “santuário de 25 de Junho” o Sporting de Nampula conquistou a primeira vitória do campeonato. Logo no 2º minuto Sankane abriu o placar para os anfitriões que depois retraíram-se deixando a iniciativa do jogo para o Ferroviário de Nacala que antes do intervalo reclamou de duas grande penalidades. No início da 2ª parte Zinho dilatou o placar mas Paulino reduziu perto do final.