Pelo menos 12 agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) afectos ao Comando da corporação na cidade de Maputo encontram-se detidos em conexão com vários crimes, incluindo roubo e extorsão. Dos agentes ora detidos, seis roubaram dinheiro a um cidadão sul-africano.
“Eles ameaçaram o cidadão com arma de fogo e retiraram quatro mil rands do seu bolso. Depois forçaram-no a ir a uma caixa Multibanco onde ele foi coagido a retirar oito mil meticais (o equivalente a 277 dólares)”, explicou Cossa, falando no habitual briefing semanal com a imprensa.
Segundo Cossa, depois de contactar a Polícia e confirmar a ocorrência, os seis agentes, que na altura de roubo trajaram de uniformes de trabalho, foram detidos. Eles deverão também enfrentar processos disciplinares. Além disso, consta nos registos da PRM o caso de dois agentes que depois de recuperaram bens roubados, guardaram o espólio para o seu benefício pessoal, ao invés de seguir os trâmites estabelecidos na lei.
Este número, que poderá vir a subir nos próximos dias, corresponde ao número de agentes detidos apenas em Maputo no período compreendido entre Sexta-feira da semana passada e Domingo último. No geral, esses agentes são acusados por prática de cinco crimes.
Falando, segunda-feira, a jornalistas, o porta-voz do Comando-geral da PRM, Pedro Cossa, disse que as detenções se enquadram numa acção destinada a “purificar as fileiras da corporação”, na qual se apela a colaboração de toda a sociedade.
O outro caso tem a ver com o agente da Polícia de Trânsito que se beneficiou de quatro telemóveis pertencentes a quatro jovens que na altura do crime estavam envolvidos num acidente de viação. “Eles roubaram os telemóveis e depois condicionaram a devolução dos mesmos ao pagamento de cinco mil meticais”, explicou Cossa. O caso criminal é do indivíduo que se identificava como agente da Polícia de Investigação Criminal (PIC) como forma de extorquir e roubar a cidadãos por diversos motivos.
Este indivíduo, que trabalha no Comando da PRM (mas não na PIC), levava as suas vítimas para as instalações da PIC, particularmente no Centro Social, onde as coagia a pagar dinheiro.
Apesar de haver várias possíveis penas a serem aplicadas aos agentes infractores, Cossa adiantou que para o caso dos “polícia-ladrão” não há outra medida senão a “expulsão” e, provavelmente, enfrentar um processo-crime. “Estamos em purificação de fileiras, não só em Maputo, mas em todas províncias onde instruímos os respectivos comandos provinciais para controlarem, a pente fino, a conduta dos nossos agentes, e tomar as devidas medidas punitivas”, disse Cossa.
“Nós queremos nos livrar de todos que mancham o bom-nome da Polícia moçambicana”, sublinhou a fonte, apelando a sociedade para denunciar, oportunamente, todos os agentes que se envolvem em actos indevidos.
Na ocasião, Pedro Cossa disse ainda que a PRM registou um total de 151 casos criminais na semana passada, 48 dos quais do tipo homicídios e ofensas corporais e 95 furtos e roubos.