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Cresce investimento sul-africano no país

A economia mais desenvolvida do continente africano está a apostar forte em Moçambique. Os dois países – Moçambique e África do Sul – têm relações económicas e comerciais excelentes. O nosso país destronou o Zimbabwe como principal parceiro comercial do país de Mandela. A estabilidade política e macroeconómica, os incentivos ao investimento directo estrangeiro (IDE) e os custos dos factores de produção estão a atrair empresários sul-africanos para o nosso país.

Com uma economia que representa 68 porcento de toda a riqueza gerada na região austral de África, a África do Sul tem Moçambique como principal parceiro comercial. As trocas entre os dois países vizinhos têm conhecido desenvolvimentos de destaque mas com maior pendor para o país vizinho.
Só em 2007, Moçambique importou daquele país pouco mais de 25 mil milhões de meticais (cerca de 8 mil milhões de rands). Já em 2008, o volume de importações ultrapassou 30 mil milhões de meticais (cerca de 10 mil milhões de rands).
O petróleo e seus derivados, materiais de construção, carvão e similares, automóveis e seus acessórios são as mercadorias que Moçambique mais importou. Porém, o nosso país importa também da África do Sul sabões, detergentes, electrodomésticos, mobiliário, vestuário, cerais, cimento, copra, batata, cebola, óleo, vinho, frutas, bebidas, refrigerantes, carne, entre outros.
Entretanto, o que Moçambique exporta da RSA é, se comparado com o que importa,  irrisório dado que não ultrapassa os 10 mil milhões de meticais (cerca de 3 mil milhões de rands). É uma cifra que correspondente a 17,2% em 2007 tendo no ano seguinte, 2008, subido para 12 mil milhões de meticais (equivalente a 4 mil milhões de rands). A energia eléctrica corresponde a 44,5% no quadro do volume global de exportação para  a terra do rand, seguido imediatamente do alumínio, gás natural, mariscos, algodão e citrinos.
Sendo a África do Sul a potência continental, e dado o seu envolvimento na economia moçambicana, os números são esclarecodores da importânia do país dos Bafana Bafana, quer no que respeita à transferência de tecnologias, know how e criação de emprego, quer na melhoria da balança de pagamentos e do erário público, através das exportações e da colecta dos impostos decorrentes dos projectos de investimento implementados no país.

 

IDE a crescer
É, sobretudo, ao nível do investimento directo estrangeiro que a África do Sul se destaca em Moçambique. A Corporação para o Desenvolvimento Industrial (IDC) tem sido o recurso da África do Sul para catalizar o investimento deste país em Moçambique.
A Mozal I e II continuam a liderar os investimentos da IDC no país, seguido da Sasol. O projecto das areias pesadas de Chibuto, os investimentos da SABMiller na área cervejeira e de capitais sul-africanos nas açucareiras da Maragra e Xinavane engrossam o leque dos investimentos injectados pela África do Sul em Moçambique.
Nos últimos oito anos, Moçambique atraiu cerca de 400 outras empresas sul-africanas de grande, média e pequena dimensão que laboram em diversos sectores de actividade económica.
De acordo com dados do Centro de Promoção de Investimentos (CPI), a África do Sul ocupa, actualmente, o primeiro lugar no ranking do IDE em Moçambique, com um investimento na ordem de 7 biliões de USD distribuídos por 46 projectos. Só no primeiro trimestre deste ano foram aprovados oito projectos de investimento de origem sul-africana no valor total de 54,5 milhões de USD que deverão criar 319 novos postos de trabalho.

 

Exportações aumentam mas balança comercial permanece desfavorável

Entretanto, ainda que as exportações de Moçambique para a África do Sul tendam a duplicar nos últimos dois anos, a balança comercial entre os dois países continua largamente a ser favorável à África do Sul.
Se em 2007 Moçambique importou cerca de 30 mil milhões de meticais e, por sua vez, exportou apenas 12 mil milhões de meticais, isto significa que a sua balança comercial é ainda deficitária em 18 mil milhões de meticais.   
O incremento nas exportações moçambicanas deveu-se, em larga medida, aos recursos naturais canalizados para a África do Sul, em especial energia eléctrica e gás natural. A estes somam-se produtos tradicionais como os mariscos, algodão e citrinos.

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