O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condenou com firmeza o assassinato de cinco jornalistas no Sudão do Sul, segundo um comunicado emitido pelo organismo de defesa da liberdade de imprensa, terça-feira à noite, e transmitido à PANA em Dakar.
Os cinco jornalistas teriam morrido domingo último quando homens armados não identificados ergueram uma emboscada contra um cortejo oficial no Estado Ocidental de Bahr al Ghazal no Sudão do Sul.
Segundo o comunicado, o CPJ apelou igualmente às autoridades para deterem os autores e responsabilizá-los pelos seus atos. “O assassinato de cinco jornalistas constitui um ataque devastador contra os órgão de imprensa já sitiados do Sudão do Sul”, declarou o representante do CPJ para a África Oriental, Tom Rhodes.
“Exortamos as autoridades de Bahr el Ghazal Ocidental a fazer o seu possível para identificar os autores e jugá-los e a garantir que os jornalistas sejam autorizados a exercer as suas funções em toda segurança”, acrescentou.
Os homens armados teriam erguido uma emboscada contra um cortejo de duas viaturas e abateram 11 pessoas, incluindo jornalistas mas alguns sobreviveram a este ataque.
Os jornalistas são Musa Mohamed, diretor da estação de rádio estadual Raja FM; Adam Juma, apresentador e jornalista da Raja FM e da Dalia Marko, e Randa Georges e Boutros Martin, operadores de câmara da ala ocidental de Bahr el Ghazal, Televisão do Sudão do Sul.
O comunicado revela ainda que o cortejo que integrava o comissário do Condado de Raja, James Marodama Benjamin, regressava a Raja depois de visitar as famílias das pessoas mortas num outro ataque por homens armados não identificados, a 22 de janeiro corrente, na cidade de Sofo.
O CPJ declarou que o motivo do ataque e os seus autores continuam desconhecidos, mas o porta-voz do Exército do Sudão do Sul, Phillip Aguer, afirmou que os rebeldes ugandeses estão implicados no ataque, enquanto o governador do Estado, Rizik Zachariah, afirma que os autores fazem parte do grupo rebelde dirigido pelo antigo Vice-Presidente, Riek Machar.
“A liberdade de imprensa no Sudão do Sul deteriorou-se desde que o país obteve a sua independência em 2011. As forças de segurança do Governo atacaram e suspenderam momentaneamente vários órgãos de imprensa, em 2014, em Juba, e jornalistas locais temiam cobrir questões sensíveis e censuravam-se. A questão mais censurada foi a cobertura dos rebeldes, sublinha o comunicado.