Os Estados Unidos fizeram da península da Coreia o lugar mais perigoso do mundo, onde uma “fagulha” poderia iniciar uma guerra nuclear, disse, esta Segunda-feira (01), o vice-chanceler norte-coreano, Pak Kil-yon, à Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Pak, um dos últimos oradores na sessão anual da Assembleia, também desdobrou-se em elogios ao jovem líder do seu país, Kim Jong-un.
“Hoje, devido à continuada política hostil dos Estados Unidos com relação à RDPC, o ciclo vicioso de confronto e agravamento das tensões é um fenómeno em curso na península da Coreia, a qual tornou-se o lugar mais perigoso do mundo, onde uma fagulha de fogo pode desencadear uma guerra termonuclear”, disse Pak.
RDPC é a sigla de República Democrática Popular da Coreia, nome oficial do país comunista, um dos mais fechados do mundo. Falando da “dissuasão” nuclear norte-coreana, Pak disse tratar-se de “uma arma poderosa, que defende a soberania do país”.
A Coreia do Norte está sob sanções do Conselho de Segurança da ONU por causa de testes nucleares realizados em 2006 e 2009. Este ano, as potências ocidentais manifestaram o temor de que a Coreia do Norte realizasse novos testes nucleares, o que não aconteceu.
Pyongyang há anos argumenta que precisa de um arsenal nuclear defensivo por causa da hostilidade dos Estados Unidos, que possui bases militares na Coreia do Sul e Japão.
As negociações multilaterais para o desarmamento nuclear norte-coreano, envolvendo Estados Unidos, Japão, China, Rússia e as duas Coreias, estão paralisadas desde 2008. Pak disse que o povo norte-coreano está unido em torno do seu líder, que ascendeu ao poder em Dezembro, depois da morte do seu pai, Kim Jong-il.
“Os nosso querido e respeitado marechal, Kim Jong-un, está firmemente determinado a fazer o nosso povo, que já superou múltiplas dificuldades, desfrutar de uma vida feliz … num Estado próspero e socialista.”
“O nosso povo está a seguir o querido e respeitado marechal Kim Jong-un com absoluta confiança nele, e está a avançar vigorosamente para a vitória final, com plena convicção e optimismo sobre o futuro, unidos num só coração atrás dele”, afirmou Pak.
A ONU estima que um terço da população norte-coreana esteja desnutrida, e a economia ainda não atingiu o nível de produtividade da década de 1990, quando um devastador surto de fome e o fim da ajuda soviética atingiram duramente o país.
Há muito tempo a Coreia do Norte reivindica a assinatura de um tratado de paz formal com a Coreia do Sul, em vez do armistício que encerrou o conflito de 1950 a 1953, e que continua a vigorar. Pyongyang pleiteia também o reconhecimento diplomático pelos Estados Unidos.