Os negociadores da cimeira climática da Organização das Nações Unidas (ONU) que decorre na capital da França estão a chegar perto de resolver um dos pontos da discórdia para firmar um pacto inédito de redução de emissões, já que concordaram com um período de revisão dos cortes de gases de efeito estufa a cada cinco anos, disse uma autoridade de alto escalão nesta quarta-feira.
As revisões periódicas são vistas como uma parte crucial de qualquer acordo, pois as promessas feitas por 185 países de conter as emissões de gases depois de 2020 são insuficientes para impedir um aumento das temperaturas globais de mais de 2 graus Celsius acima da era pré-industrial, considerado como um limiar para alterações perigosas e potencialmente catastróficas no sistema climático do planeta.
Os países discordaram sobre a frequência com que as auditorias destes planos devem ser feitas. Embora grandes poluidores, como China, Estados Unidos e União Europeia, tenham apoiado um período de cinco anos, prazo incluído no esboço de um texto da ONU no mês passado, outros, como a Índia, relutaram em se comprometer.
“Parece que agora há um consenso crescente de que (as revisões) serão a cada cinco anos”, disse Christiana Figueres, diretora do Secretariado de Mudança Climática da ONU, em conferência de imprensa no terceiro dia das conversas.
Ainda assim, houve pouco progresso em temas espinhosos, como o financiamento para países em desenvolvimento e um pacto de longo prazo para encerrar o uso de combustíveis fósseis. Isso levou o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, a exortar os delegados a acelerarem os esforços para encurtar um rascunho de acordo já extenso.
No tocante às revisões periódicas, ainda há incerteza sobre quando elas começariam e sobre as condições mediante as quais se teria certeza de que elas irão resultar em maiores acções. “Estes são temas para negociação”, afirmou Ajay Mathur, director-geral do escritório de eficiência energética e membro destacado da delegação indiana.