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“Continuaremos a atacar, se nos perseguirem”, afirma Afonso Dhlakama

Afonso Dhlakama confirmou que os seus guerrilheiros atacaram as forças governamentais no início do corrente mês, em Tete e Sofala, e que as ordens partiram de si: “Fui eu que dei ordens pessoalmente às minhas forças para atacarem ” afirmou o presidente do partido Renamo, a jornalistas nesta quarta-feira (15). Entretanto, milhares de moçambicanos abandonaram as suas residências, nas regiões de Angónia, Mkondezi e Monjo, na província de Tete, e centenas procuraram refúgio no Malawi.

“A questão é simples, nós cansámo-nos de fugir. Desde que assinei o acordo de cessação de hostilidades, em Setembro do ano passado, com o antigo Presidente Armando Guebuza, as forças do Governo têm estado em constante movimentação ao encontro dos nossos guerrilheiros”, explicou Dhlakama, citado pelo jornal O País, corroborando, desta forma, as acusações feitas na segunda-feira(12) pelo chefe da delegação do Governo, José Pacheco.

“No passado dia 3 de Julho corrente a Renamo atacou uma unidade policial no distrito de Tsangano, província de Tete e, no dia seguinte, 4 de Julho, cerca das 13 horas, voltou a atacar uma viatura que transportava os agentes da Lei e Ordem, numa clara evidência de que ela não está disposta a desmilitarizar-se”, disse Pacheco após a 111ª ronda do diálogo político que teve lugar em Maputo.

Ainda segundo o chefe da delegação do Governo, “na província central de Sofala, a Renamo raptou e agrediu um chefe tradicional, identificado pelo nome de José Paulo, alegadamente porque este estava a mobilizar a população para participar em actividades produtivas no âmbito da divulgação do programa do Governo”.

“Cansámo-nos de fugir e decidimos atacar aqueles que estão a provocar-nos. Nada tenho a esconder, dei ordens sim”, enfatizou o líder do maior partido político da oposição em Moçambique que lamentou as vítimas que tem estado a causar, mas mesmo assim mantém homens e mulheres armados nas matas, em clara violação da Constituição da República.

Na sequência destes confrontos armados, particularmente na província de Tete, centenas de cidadãos moçambicanos deixaram as suas habitações e fugiram, algumas para o vizinho Malawi.

De acordo com o jornal malawiano Zodiak, 678 cidadãos moçambicanos, 415 dos quais crianças, pediram asilo no distrito de Mwanza no passado dia 3 de Julho, provenientes de Angónia, Mkondezi e Monjo. Para as autoridades do Malawi, o maior desafio é alojar e alimentar estes refugiados.

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