A falta de infra-estruturas escolares, a ineficiente melhoria da qualidade de formação de professores, as precárias condições de ensino e aprendizagem, a persistência do elevado rácio aluno/professor e a fraca contratação de docentes qualificados são alguns factores que dificultam a progresso da qualidade do ensino, sobretudo nos níveis primário, secundário e técnico-profissional em Moçambique.
Estes problemas desvirtuam a ideia de que o professor é um guia, é um modelo de instrução, cultiva e constrói vidas, partilha o saber com o aluno e este, por sua vez, faz a réplica na promoção do desenvolvimento cultural, económico, social e político do país, uma vez que a actividade de instrução é feita debaixo de um manto de queixumes dos pedagogos, que incluem baixos salários, falta de material de trabalho, lentidão na progressão de carreira e na passagem de uma categoria para outra.
Para inverter estes problemas que definham o ensino e aprendizagem no país – segundo várias correntes da sociedade – o vice-ministro da Educação, Itai Meque, defende que a instrução carece de novas abordagens focalizadas na capacitação de docentes e inovação do currículo da sua formação. Este processo deve igualmente abranger os gestores de escolas.
Itai Meque falava esta quarta-feira (09), em Maputo, no lançamento da semana do professor, que vai culminar com a celebração da sua efeméride, no próximo sábado (12), sob o lema “qualidade do professor imperativo: para qualidade de educação”.
Apesar dos entraves que dificultam o exercício da docência em Moçambique, Meque desafia os pedagogos a não transmitam apenas conhecimentos científicos aos educandos, devem, também, inculcar neles um estilo de vida, criar uma sociedade com pensamento livre, sem preconceito e capazes de promover a paz e o bem-estar.
Entretanto, os professores contrapuseram o discurso de Meque, afirmando, em uníssono, que não se pode exigir tanto aos docentes tão-pouco qualidade de ensino sem que haja condições condignas de trabalho, incentivos, valorização da classe que assegura a instrução.
Aliás, os docentes concordam que não têm formação adequada para dar aulas, mas a Educação não faz a cabalmente a tarefa que lhe compete, por exemplo, a supervisão dos estabelecimentos de ensino com vista a evitar a venda de notas, não está a resolver a questão dos baixos salários e o currículo escolar está desajustado à realidade do país.