O Primeiro-Ministro (PM) moçambicano, Aires Ali, disse quinta-feira, na província nortenha de Nampula, que a poupança proveniente da contenção de gastos nas empresas públicas ou maioritariamente participadas pelo Estado, vai permitir a criação de um fundo no valor de 500 mil dólares.
Falando na cerimónia de lançamento do plano estratégico de desenvolvimento daquela região do país, Ali, citado pelo “Notícias”, secundou que o mesmo valor será aplicado no financiamento de iniciativas de geração de emprego e produção de alimentos nos principais centros urbanos do país.
A criação deste fundo foi decidida no segundo encontro que o PM manteve na passada quarta-feira, em Maputo, com os gestores das empresas públicas e participadas pelo Estado, no quadro da implementação das medidas adoptadas pelo Governo para conter a subida do custo de vida em Moçambique.
Na primeira reunião, Ali desafiou os gestores de empresas a apresentarem propostas concretas para a rentabilização das suas empresas.
“Reunimos, por duas vezes, com os gestores das empresas em referência, primeiro para explicar melhor o espírito das decisões tomadas pelo Governo. Nessa altura definimos prazos para que cada um dos gestores pudesse discutir com o seu colectivo as plataformas de implementação das iniciativas de austeridade propostas”, esclareceu Ali.
Ali sublinhou que o último encontro foi produtivo, pois não só culminou com a criação do fundo em referência, mas também como a definição de plataformas suplementares de acção no contexto da gestão da crise. Entretanto, o PM não fez menção ao conteúdo das plataformas em alusão.
Ainda no seu discurso, o PM disse que o aumento da produção e da produtividade, bem como a contenção de despesas são soluções que o país precisa para acelerar o processo de desenvolvimento.
“Quando há fome a única coisa que tem de ser feita é a produção de comida, para matar esta mesma fome, e as empresas públicas e aquelas em que o Estado tem participação têm um papel especial neste processo. Não faz sentido que o país continue a gastar o pouco dinheiro que tem para importar cebola ou tomate que podem ser produzidos em hortas pelo país fora”, acrescentou.
Ali reiterou ainda que as empresas públicas e as participadas pelo Estado terão que melhorar a sua eficiência e eficácia para evitar mais prejuízos para o Estado.