Os Conselhos Consultivos a vários níveis estão a aperfeiçoar o conhecimento sobre as mais elementares técnicas de monitoramento dos projectos económicos e sociais financiados pelo governo, no quadro da implementação do programa de geração de emprego e de aumento dos níveis de produção agrícola.
O facto foi constatado, semana passada, pelo governador da província de Nampula, Felismino Ernesto Tocoli, durante uma visita de quatro dias aos distritos de Eráti e Nacarôa.
Acompanhado de alguns membros do seu executivo, Tocoli reuniu-se com os conselhos consultivos das localidades de Negoro e Namaquetho e dos postos administrativos de Namapa-sede e Intenta-Nachere ( Eráti e Nacarôa) para se inteirarse de todo o processo de desembolso e reembolso dos fundos, mecanismos de planificação e aprovação dos projectos, incluindo o seu impacto na visa das populações locais.
O governador ficou com a impressão de que a liderança comunitária assume responsabilidade das várias actividades que estão a ser realizadas no campo rural quer no contexto infra-estrutural, assim como na comercialização de cereais e produtos de primeira necessidade, no âmbito dos Fundos de Desenvolvimento Distrital.
A definição das prioridades é feita pelos membros dos Conselhos Consultivos porque são pessoas reconhecidas pela comunidade e que conhecem as necessidades da sua região. Realçou Felismino Tocoli em todos os comícios populares.
Não obstante, o governador de Nampula reconhece que grande parte dos membros daquele órgão ainda carece de noções básicas de análise sobre a idoneidade dos beneficiários e a capacidade de selecção de projectos sustentáveis, facto que requer a sua formação contínua.
Nos dois distritos, o mais alto dirigente da província mais populosa do país foi confrontado com a questão de retorno do dinheiro emprestado, cujos constrangimentos comprometem, de certo modo, o aumento do número dos mutuários.
Alguns interessados em desenvolver projectos com base neste dinheiro já se queixam da alegada exclusão, a ponto de acusarem alguns responsáveis locais de fomentarem esta prática.
Os problemas das vias de acesso e de preços foram referenciados em todos os encontros, individualmente e através de mensagens. A população pede ao governo para romper com a política da liberalização económica, passado, deste modo, ele próprio a definir os preços dos produtos agrícolas.
O governador disse que tal não será possível e que a única medida viável para ultrapassar tal situação será a organização dos produtores em grupos de modo a poderem defender os seus legítimos interesses junto dos compradores.
Eu penso que teremos que continuar a fazer esse trabalho ou por outra, nós estamos a encorajar aos camponeses para fazerem machambas em bloco, porque isso permitirá ao técnico de extensão que possa prestar assistência a vários produtores em menos tempo. Observou Tocoli, reiterando a necessidade da consolidação do movimento associativo na província.