O Presidente do Conselho Municipal da cidade de Nampula, norte de Moçambique, Castro Sanfis Namuaca, considera que a materialização das obras de construção de uma lixeira municipal continua a ser uma miragem. Em causa está a falta de fundos que seriam aplicados nas obras cuja concretização iria contribuir para o cenário de saneamento que se vive em toda a cidade e por quase todos bairros da urbe através da recolha de lixo e sua posterior deposição na lixeira única.
Refira-se que a situação de lixo ao nível da cidade de Nampula está a criar sérios problemas aos residentes de alguns bairros periféricos, pois trata-se de zonas residenciais que a edilidade faz a deposição de lixo retirado no centro da cidade e nunca se preocupou em fazer a recolha dos mesmos naquelas zonas pese embora os munícipes paguem as taxas inerentes a sua recolha.
De acordo com Namuaca, a edilidade necessita de mais de oito milhões de meticais para a construção da mencionada lixeira municipal, valores que, segundo, o próprio edil não estão disponíveis na caixa do município.
Aliás, acrescentou que aplicar os oito milhões de meticais que são necessários para as obras, significa usar um orçamento do Conselho Municipal referente a dois anos no sentido de garantir o funcionamento do município, incluindo o pagamento de salários aos respectivos funcionários.
Aquele dirigente não avançou nem se quer as politicas que o município traçou no sentido de tentar melhorar o processo de recolha de lixo, mesmo nos locais em que o nível de transitabilidade não oferece condições das vias de acesso.
Nestes termos tudo indica que os residentes dos bairros que não beneficiam da recolha do lixo irão continuar a sofrer os problemas causados pela concentração de resíduos sólidos nos locais de maior aglomeração populacional, designadamente, mercados, estabelecimentos escolares, entre outros locais, facto que propicia o recrudescimento de doenças causadas pela falta de higiene individual e colectiva no seio das comunidades.
Contudo, dados colhidos pela nossa reportagem a partir dos serviços de saúde ao nível da cidade indicam que desde a semana passada pelo menos seis pessoas contraíram doenças diarreicas ou mesmo cólera, mas ainda não houve registo de vítimas mortais.
Importa referir que a edilidade acaba de comprar uma frota de viaturas e contentores que se dedicaram a recolha de lixo numa verba avaliada em pouco mais de 15 milhões de meticais valor superior aquele que serviria para a construção de uma lixeira municipal.
A ser verdade, pese embora os dois dados fossem fornecidos pelo respectivo presidente Castro Namuaca, algo estaria a registar a falta da politica e estratégia de recolha, tratamento e deposição de lixo ao nível daquela urbe.