Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

CONSILMO tenta dar nas vistas

Depois de largamente ultrapassado pelos “vândalos e bandidos”, conforme rótulo do ministro do Interior, José Pacheco, a Confederação Nacional dos Sindicatos Independentes e Livres de Moçambique (CONSILMO) aparece agora a afirmar que tenciona apresentar uma lista de despesas públicas por cortar, de modo a evitar a ocorrência de novos tumultos, como os que ocorreram em algumas regiões de Moçambique no início deste Setembro.

O atraso do CONSILMO é tal que, segundo o respectivo secretário-geral, Jeremias Timana, em declarações em exclusivo ao Correio da manhã, a lista ainda está por elaborar, porque o levantamento das despesas públicas por cortar está ainda a ser feito “por peritos da área de Economia e Finanças” que ainda estão no terreno em missão de “pesquisas”.

“É nosso sentimento que as medidas recentemente tomadas pelo Governo de redução dos preços e a contenção de despesas públicas não são suficientes para amainar os ânimos da população moçambicana”, sublinhou Timana, de quem não é conhecido algum posicionamento público efectivo sobre a carestia de vida em Moçambique antes dos tumultos de 1 e 2 de Setembro corrente.

Esforçando-se por dar nas vistas, Timana tenta ainda evidenciar alguma musculatura, ao afirmar que caso o Governo não proceda a mais cortes nas despesas públicas “mais tumultos podem eclodir, pois, apesar das medidas que tomou serem encorajadoras, não são suficientes para minimizar a grave crise económicofinanceira vivida pelas camadas sociais mais desfavorecidas da população”.

No início deste mês, algumas áreas de Maputo cidade e província, Chimoio, Manica, Tete e Nampula foram teatro de violentíssimos tumultos protagonizados por populares aparentemente descomandados, numa sociedade em que os sindicatos estão praticamente domesticados pelo regime, a oposição quase nula e o grosso dos intelectuais acocorados junto dos governantes. O levante saldou-se em perto de duas dezenas de óbitos, meio milhar de feridos e dezenas de detidos.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!