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Congo: ONU investiga violações em grupo

As Nações Unidas estão a investigar reivindicações de violações sexuais em grupo efectuadas por rebeldes na República Democrática do Congo. A ONU aforma que milhares de mulheres são violadas por ano neste país. As investigações debruçam-se sobre a alegada violação de mais de 150 mulheres e meninos por parte dos rebeldes. Os ataques aconteceram durante quatro dias a pouca distância de uma base da ONU, disseram um trabalhador humanitário norte-americano e um médico congolês.

A correspondente da BBC nas Nações Unidas em Nova Iorque, Barbara Plett, dá conta da severidade da violência: “Os ataques foram impressionantes mesmo para uma nação onde a violação é sistemática e se tornou numa arma de guerra comum.”

Rebeldes ruandeses e congoleses efectuaram violações em grupo de uma série de mulheres, à medida que passavam por várias aldeias ao longo de alguns dias. Ban ki Moon expressou o seu ultraje ao afirmar que se tratava de um exemplo do nível da violência sexual na República Democrática do Congo. Este é também um retrocesso para os militares da força de paz da ONU que supostamente devem proteger os civis tanto dos rebeldes como dos soldados congoleses no leste do país.

“Capital da violação no mundo”

Ao falar à BBC, um porta-voz da missão de paz da ONU, Nick Birnback, negou que os militares tivessem conhecimento das violações na altura em que sucederam: “Penso que eles não estavam conscientes destas violações quando de facto tiveram lugar, só souberam passados alguns dias. A área onde esta pequena força de paz opera é bastante vasta.”

Mas estes ataques voltaram a chamar a atenção para a eficácia da maior força de manutenção da paz das Nações Unidas. Isto acontece numa altura em que a organização sofre pressões por parte do governo congolês para diminuir a sua presença militar. Representantes da ONU salientaram que a base em questão tem recursos limitados com apenas um pequeno número de soldados responsáveis por uma área vasta.

Entretanto, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon enviou dois representantes proeminentes da organização para o país, para que ajudem a investigar os alegados ataques no leste do Congo. Ele apelou ao governo congolês que também os investigue. O Congo tem uma reputação chocante de violência sexual. Em abril, um representante da ONU disse que era a “capital da violação no mundo.”

Um relatório da Harvard Humanitarian Initiative demonstrou que 60% das vítimas de violação na província de Kivu Sul foram violadas em grupo por homens armados. Mais de metade dos ataques aconteceram em casa das vítimas e um número crescente deles eram efectuados por civis.

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