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Confronto em Bangcoc deixa quatro mortos e a primeira-ministra é indiciada no caso sobre arroz

Confrontos armados eclodiram entre a polícia tailandesa e manifestantes contrários ao governo, esta terça-feira (18), deixando quatro pessoas mortas e dezenas de feridos na acção do governo mais firme até o momento para retirar os protestos das ruas.

Num dia conturbado na longa crise política da Tailândia, o órgão anticorrupção do país anunciou que vai indiciar a primeira-ministra Yingluck Shinawatra num caso relacionado a um plano de subsídios ao arroz que alimentou a oposição ao seu governo no meio da classe média.

A respeito do caso, um banco comercial estatal afirmou que vai cancelar empréstimos ao banco agrícola do governo, responsável pela gestão dos plano de subsídios ao arroz, depois de identificar um grande volume de saques por seus correntistas, aparentemente com a intenção de minar o programa de subsídios do governo.

Os confrontos foram os mais intensos no mais recente capítulo da batalha política que já dura oito anos e lançou a classe média de Bangcoc e a aristocracia real contra os mais pobres, a maior parte de origem rural, que apoiam Yingluck e seu irmão, o bilionário ex-primeio-ministro Thaksin Shinawatra.

Testemunhas da Reuters ouviram disparos e viram a polícia disparar com armas de fogo na área em torno da ponte Phanfa, na parte antiga da cidade. A polícia disse que foram atacados a tiros por um atirador de elite e que granadas M-79 também foram lançadas.

“Um policial morreu e 14 policiais ficaram feridos”, disse o comandante da polícia Adul Saengsingkaew à Reuters. “Ele foi alvejado na cabeça.” As autoridades de segurança disseram em comunicados separados que quatro policiais ficaram feridos com estilhaços. O Centro Médico Erawan, que monitora os hospitais, disse ma sua página na Internet que três manifestantes também morreram, atingidas por tiros.

O centro informou que 64 pessoas ficaram feridas, mas não detalhou quantos dos feridos eram policiais ou civis. As autoridades de segurança informaram antes que 15 mil policiais foram mobilizados na operação, baptizada “Missão Paz para Bangcoc”, que tinha o objectivo de retomar locais de protestos ao redor da sede do governo na capital e outras instalações governamentais no norte da cidade.

A polícia disse ter prendido 183 pessoas em dois locais de protestos: no Ministério da Energia, onde os manifestantes foram completamente retirados, e na ponte Phan Fa. Os detidos foram acusados de violar o estado de emergência declarado no mês passado. A confusão começou com o disparo de gás lacrimogénio próximo à sede do governo, seguido de confrontos entre policiais e manifestantes.

Não ficou claro quem disparou o gás lacrimogénio e as autoridade acusam os manifestantes. Até o meio dia, a polícia havia em grande parte se retirado dos locais de protesto e as ruas estavam tranquilas.

Acusações

Os manifestantes tentam derrubar Yingluck, que veem como representante de Thaksin, um ex-magnata da telecomunicações deposto do cargo do primeiro-ministro por um golpe militar em 2006. Entre os problemas de Shinawatra está o plano de subsídios ao arroz, uma medida populista de pagar a fazendeiros preços acima do mercado pelo produto, o que vem causando problemas de financiamento e levou a Comissão Nacional Anticorrupção a abrir uma investigação em janeiro.

Nesta terça-feira, a comissão afirmou que vai intimar Yingluck para que receba uma acusação contra ela, no dia 27 de Fevereiro. “Embora ela soubesse que muitas pessoas alertaram sobre a corrupção no plano, ela ainda assim levou-o adiante. Isso mostra a sua intenção de causar perdas ao governo, então por concordarmos por unanimidade em indiciá-la (no caso)”, disse a integrante da comissão Vicha Mahakhun por meio de comunicado.

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