Vinte startups moçambicanas vão participar, no final do corrente mês de Junho, na cidade de Maputo, num concurso sobre inovação tecnológica, durante o qual terão a oportunidade de apresentar as suas ideias a um painel constituído por investidores, nacionais e estrangeiros, interessados em apostar nos seus negócios.
O concurso, organizado pela Prosward Business, em parceria com o Standard Bank, terá como prémio um apoio financeiro, por parte de investidores, à iniciativa vencedora, que deverá estar ligada à tecnologia, independentemente da área de aplicação (saúde, agricultura, educação, entre outras).
Neste sentido, algumas startups beneficiaram, recentemente, na Incubadora de Negócios do Standard Bank, de uma formação sobre “investimentos para startups”, tendo sido abordadas, essencialmente, questões à volta do estágio a partir do qual um inovador pode ir ao mercado à procura de financiamento ou investimento para fazer crescer o seu negócio.
De acordo com Ija Bacar, fundador da Prosward Business, o objectivo desta formação, denominada “Prontidão para o Investimento”, é fazer perceber aos inovadores que não basta ter uma ideia para procurar investimento.
“Muitos vão à procura de investimento antes de materializar as suas ideias, o que é uma atitude errada. É necessário reunir as condições mínimas, para convencer alguém a apostar no seu negócio”, elucidou Ija Bacar.
Para o fundador da Prosward Business, uma startup deve estar no mercado e já a vender algo, para que o investidor se sinta encorajado: “O investidor saberá que o indivíduo já consegue vender um determinado número de produtos e precisa de dinheiro para aumentar as suas vendas. Um protótipo, um plano de negócios, uma equipa de mentores, conselheiros são factores também a ter em conta”.
“A pessoa deve, antes, investir recursos pessoais antes de abordar um investidor. Temos de ser os primeiros a assumir o risco”, acrescentou Ija Bacar, para quem “a ideia em si não vale nada. Deve converter-se em algo real, para que o investidor possa avaliar o risco antes de aplicar o seu dinheiro”.
Por seu turno, João Guirengane, director da Banca de Investimentos do Standard Bank, que fez uma apresentação sobre “empréstimos e financiamentos bancários”, partilhou com os participantes os elementos que os investidores e financiadores têm em conta, quando estão diante de uma startup ou uma Pequena e Média Empresa (PME).
“A estrutura da empresa, as projecções financeiras, o mercado-alvo são elementos-chave a apresentar a um potencial investidor ou financiador”, considerou João Guirengane.
Mas porque o foco eram as startups, o director da Banca de Investimentos do Standard Bank referiu que estas devem reunir informações sobre “o ramo de actividade, os riscos, o ambiente macroeconómico, o comportamento do mercado para que o investidor tenha noção das expectativas e possibilidades de retorno do seu investimento”.