O ensaio do primeiro carregamento de carvão mineral no terminal provisório, especialmente erguido no Porto da Beira, em Sofala, centro de Moçambique, foi concluído com sucesso , última Segunda-feira.
A infra-estrutura, equipada com tecnologia de ponta, tem capacidade anual para manusear seis milhões de toneladas de carvão.
Nesse contexto, um navio com capacidade para transportar até 35 mil toneladas e baptizado com o nome de “BulK Zambeze” partiu, na manhã desta Segunda-feira, do Porto da Beira até ao alto-mar para baldear o carvão numa outra embarcação de maior dimensão do tipo “Panamax”, cuja capacidade é superior a 60 mil toneladas.
Trata-se do carvão extraído no distrito de Moatize, em Tete, pela companhia brasileira Vale Moçambique e que destina-se à exportação no mercado asiático.
O facto acontece numa altura em que se multiplica o escoamento de carvão pela Linha de Sena, havendo já grandes quantidades deste mineral no Porto da Beira, enquanto a operadora Rio Tinto se prepara para entrar nesta acção a partir de Março próximo.
O Chefe do Departamento de Marketing e Vendas na Cornelder de Moçambique, Félix Machado, citado pelo jornal “Notícias”, precisou que antes desta operação-experimental do terminal provisório de carvão a entidade gestora do Porto da Beira realizava a mesma actividade como alternativa, com investimentos próprios para acomodar a vinda dos primeiros navios para o transporte de carvão.
Refira-se que o Porto da Beira já manuseou mais de 246 mil toneladas de carvão mineral da Vale Moçambique para o mercado externo, entre Agosto de 2011 e Janeiro de 2012, com uma contribuição significativa para o incremento no Produto Interno Bruto (PIB) no país.
Mesmo com a entrada em funcionamento do terminal provisório de carvão, conforme o acordo firmado entre a Cornelder de Moçambique e a Vale Moçambique, a carga vai continuar a ser manuseada manualmente no Porto da Beira.
Contudo, Félix Machado reconheceu que a sua instituição tem plena consciência de que a capacidade instalada no Porto da Beira, especificamente para o carvão, ainda não é suficiente para manusear todo o minério extraído em Tete, bem como na região da África Austral, pois o vizinho Zimbabwe também está à procura de um porto para efectuar igual exportação.
Reafirmou que mesmo que a autoridade competente, a Empresa Pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, consiga encontrar parceiros para a construção da futura terminal de carvão – projectada para manusear 20 milhões de toneladas por ano e adicionadas às actuais seis milhões – o Porto da Beira não terá capacidade para satisfazer a demanda.